Olhão Potência de Pesca? Onde?

Dia do Pescador

Celebra-se na próxima segunda-feira o Dia do Pescador. Uma iniciativa que é já uma tradição em Olhão, de que muito longa data.

Por:Francisco Leal, Presidente da Câmara de Olhão ao correio da Manhã.

"A homenagem por parte da Câmara Municipal aos homens do mar é o ponto alto das comemorações, ao distinguirmos aqueles que se destacam nesta arte difícil que é a pesca. Trata-se de um sector económico de grande importância para Olhão, pelo que não poderíamos deixar de assinalar esta data com os seus principais ‘actores’: os homens e mulheres olhanenses que dedicam a sua vida, muitas vezes de risco, à pesca do arrasto, do cerco, da ganchorra ou, mais recentemente, à aquacultura e piscicultura. Este é o dia em que homenageamos os que durante o resto do ano fazem de Olhão uma potência na arte das pescas, arriscando as suas vidas para trazerem até todos nós, consumidores, os melhores produtos do mar e da Ria Formosa."

Palavras bonitas e bafejadas de ignorância, de Francisco Leal, que de pesca não percebe nada! Pois das artes que referiu, duas delas são das artes mais predadoras que existem?

O arrasto costeiro Mata mais de 70% das espécies, para capturar meia dúzia de caixas de gambas camarão vermelho ou lagostim, o resto é devolvido ao mar para morrer sem proveito para ninguém.

Ultimamente a matança de tamboris bébés tem sido uma autêntica vergonha,que são vendidos não se sabe como, o que é certo é que aparecem nos Mercados de Olhão sem controlo das autoridades, que andam atrás dos chocos congelados, para multarem alguns comerciantes.

A arte da ganchora é outra arte predadora que tem destruído os comedores do peixe, essa arte de pesca, de mariscos bivalves rapam o fundo sem controlo e sem regras , depois os armadores queixam-se que não há marisco, como se queixam actualmente, esquecendo-se da ganância de alguns para proveito de meia duzia.

F.Leal diz que os pescadores arriscam a vida, mas de que serve se depois chegam à terra e o peixe não vale nada,como acontece na pesca do cerco onde os armadores não ganham para as despesas, e os pescadores que arriscam a vida, a maior parte dos dias não ganha para o aviamento que leva de casa.

O sistema de vendas é falso, pois em vez de haver um preço mínimo para as diferentes espécies, não, há um leilão, que começa por cima, e vai sempre baixando, de preço,. Assim sendo a meia dúzia de compradores que há,tentam, sempre comprar pelo preço mais baixo havendo vezes que o pescado vai a menos de 10 centimos o kg.

Sobre a aquacultura e piscicultura bem é melhor nem falar, pois esse processo moroso e esquisito da Aquacultura Offshore da zona piloto da Armona, é um projecto que se arrasta há anos, e onde os Espanhóis que copiaram a ideia inicial, já estão a produzir há dois anos.

Se Francisco Leal gosta tanto da pesca e de chamar Olhão uma potência de pesca, é bom que esclareça os cidadãos de Olhão, quantas Traneiras( arte do cerco), havia quando iniciou a presidência da C.M.Olhão, quantas há hoje, e quantas vão haver quando ele terminar o mandato.

Também pode pedir ao presidente do sindicato dos pescadores quantos pescadores havia, em Olhão, no inicio do seu mandato, quantos há, e quantos substirão no fim do seu longo mandato, são Nº interessantes que o F.Leal não deve conhecer,nem está interessado que se saibam, pois hoje os armadores tem dificuldades em arranjar pescadores para matricularem.

É bom que F.Leal se interrogue se gosta tanto dos pescadores qual a razão que os edifícios da Doca Pesca não tem nem casas de banho nem balneários para os pescadores, quando no projecto de remodelação e ampliação do porto de pesca até dormitórios com televisões e balneários havia para os pescadores. Esses edifícios formam construídos com dinheiros comunitários,e inaugurados com pompa e circunstância.

Nunca chegaram a funcionar em favor dos pescadores, as televisões desapareceram,os edifícios esses era difícil desaparecerem, mas forma transformados logo a seguir à inauguração, em 1º lugar nas instalações provisórias da Escola Alberto Iria, depois em Escola de Artes e Pintura,e hoje são instalações da Observatório de Aquicultura instalações do IPTM, do centro de Hidrologia Costeira do Algarve, sendo que durante anos funcionou também ali a Direcção Geral das Pescas, ou seja funcionou e funciona lá tudo, só não funciona lá o que devia ter funcionado, pois o apoio aos pescadores nunca foi dado, como era previsto, e financiado pela então C.E.E.

Mas disso não convêm falar, dar medalhas uma vez por ano é muito mais fácil, e os jornais são pagos para isso mesmo.