Por motivos alheios à nossa vontade estamos impedidos de mostar imagens da capa da publicação mas que deixamos aqui ENTDECKEN SIE ALGARVE.
Perante a incuria, negligencia e crimes ambientais cometidos por entidades publicas com responsabilidades em materia ambiental e o silencio cumplice de uma certa comunicação social, subjugada por interesses economicos, eis que surge uma publicação dirigida ao sector do Turismo a destapar um buraco que envergonharia qualquer governante da europa em que nos integramos.
Já chamámos por diversas vezes a atenção para os problemas da Ria Formosa sejam eles provocados pelos esgotos directos sem qualquer tratamento, por tratamento deficiente de aguas residuais urbanas, pelos campos de golfe que não cumprem as normas impostas pela Directiva Comunitaria sobre a utilização de nitratos, pela situação de erosão do cordão dunar e das suas implicações para as populações ribeirinhas.
A situação da ex-peninsula de Cacela, a par da Praia de Faro ou da Ilha do Farol, autenticos pontos negros, que comprometem o futuro das ilhas-barreira se não for feita uma intervenção atempada.
O cordão dunar tem vindo a perder altura e largura, sendo cada vez maior o risco de galgamentos oceanicos, que nos casos da Praia de Faro ou da Ilha do Farol pode pôr em causa o edificado, mas no de Cacela Velha põe em causa as arribas de arenite e como tal provocar o seu desabamento, arrastando construçoes seculares, patrimonio historico que importa preservar e pelo qual a ADRIP tem lutado.
Cacela Velha é dos ultimos bastiões que se mantem tão perto do natural quanto possivel embora surjam situações atentatorias e pouco claras como a construção da Miss Mayonese Heinz. E é assim que se deve manter, respeitando a traça dos seus imoveis, preservando o patrimonio e mantendo a sua, agora, ilha tão selvagem como se apresenta, mas a precisar de uma intervenção que já devia ter sido feita à muito e que só a brandura dos vendavais deste equinocio permite que continue.
Foi por acção humana errada mas compreensivel que se chegou a este ponto. Cabe agora tambem por acção humana, minimizar os impactos dos erros cometidos, fazendo uma intervenção que não só evite a erosão costeira como devolva ao cordão dunar e à propria Ria Formosa todo o seu potencial de biodiversidade, arruinada pela intervenção das autoridades publicas, sem consulta prévia das populações, ouvindo as suas propostas.