Os mercados
municipais são estruturas tradicionais de comércio que encontramos praticamente
em todo o nosso país.
O comércio local e neste caso a nossa praça ou mercados municipais
dinamizam a localidade, porque promovem um consumo dentro do círculo social da
cidade, ajudam a manter tradições locais preservando o património e são centros
de convivência da população.
Ao apostar-se no desenvolvimento dos mercados municipais
está-se a promover o desenvolvimento do município, contribuindo para o aumento
de novos postos de trabalho, recolhendo impostos municipais e gerando mais
investimentos.
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Precisamente por tudo isto, é que não se percebe como é
que, ao abrigo de um orçamento participativo, à partida viciado e cuja
representatividade é duvidosa (5% da população do concelho), pode pôr e dispor
destes espaços sem uma reflexão sobre as suas consequências a curto e médio
prazo.
A eliminação da circulação automóvel na Zona Ribeirinha a sul dos
Mercados e a restrição a um único sentido na Av.5 de Outubro são sem
dúvida um primeiro passo para acabar com os mercados de Olhão. Quem vai
carregar com meia vaca às costas? Quem vai carregar com uma dúzia de caixas de
laranjas, arrobas de batatas ou melancias? Quem vai descarregar as caixas de
peixe? Uma estrada daquela largura vai servir para quê? Para alargar as
esplanadas? Nem só de restaurantes e cafés vive Olhão. Há que saber cuidar das
restantes actividades económicas que a muito custo ainda conseguem sobreviver nesta
cidade.
Num sábado
normal podemos verificar a dinâmica da nossa praça onde os locais e os
visitantes das localidades em redor se abastecem e é esta dinâmica que torna os
mercados municipais atractivos para os turistas.
Posto isto,
é bom que os trabalhadores do mercado de Olhão se insurjam contra as medidas
que estão a ser tomadas sem os consultar e que façam ouvir a sua voz na defesa
do seu local de trabalho.
E nós? Bem, se queremos continuar a ir à praça e se
queremos que Olhão mantenha as suas características, é melhor também tomarmos uma
posição!