Em 1982, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o programa Agenda 21 com o qual pretendia promover o desenvolvimento sustentavel. Portugal foi um dos países que aderiu, ainda que com algum atraso, lançando a Agenda 21 Local. E a Câmara Municipal de Olhão, primeiro concordou e depois rasgou!
Como se sabe, cada região, cada concelho, tem caracteristicas próprias, sejam elas de origem geográfica ou climatológicas; os solos são de diversa categoria, uns com mais e outros menos aptidão agricola; a qualidade da agua também é diversificada; por tudo isso, apontava-se para uma Agenda de pendor local.
Em concertação com equipas multi-disciplinares, as populações eram chamadas a darem o seu contributo na definição das prioridades nas areas de residência ou de trabalho, contribuindo para um desenvolvimento mais equilibrado.
O que aconteceu em Olhão foi que na Agenda 21 Local apontava para prioridades que não estavam nos objectivos da autarquia, razão pela qual a rasgou. A prioridade mais votada foi a poluição na Ria Formosa, enquanto a câmara apostava no sector turistico.
Rasgada a Agenda 21 Local, a democracia no concelho resumiu-se ao acto de votar para mais um mandato de quem nos iria explorar a seguir, sem ter em conta as reais necessidades das populações. Mais, para os senhores que exercem o Poder, a democracia deles foi confinada às quatro paredes do salão nobre da câmara ou de uma assembleia municipal, afastando pelas mais diversas maneiras, as pessoas da participação na vida do concelho.
Hoje que as novas tecnologias o permitem, é possivel transmitir pela internet o que se passa nas reuniões, e que não constitui nenhum segredo, nem isso é permitido!
Claro que para os nossos pequenos ditadores interessa que esta situação se mantenha inalteravel. A ausência de participação das pessoas nos processos de decisão, permite-lhes a alteração do uso dos solos a seu belo prazer, destruindo as Reservas Agricola e Ecológica, para permitir a impermeabilização dos solos com a construção, esquecendo que é através da agricultura que se faz o ciclo da agua e ainda a biodiversidade existente na reserva ecológica. Mas tudo isso é uma chatice para eles!
Ninguem está contra o turismo mas o que é demais não presta; as cidades devem desenvolver-se a pensar nos residentes, nacionais ou estrangeiros, de tal forma que quem nos visite sinta vontade de cá voltar. O pensamento dominante dos nossos politicos locais vai unica e exclusivamente para o desenvolvimento turistico, com os locais, verdadeiros "turistas" a terem de suportar os custos da massificação turistica que tem vindo a ser promovida.
Eles é que deviam passar a usar um avental diferente daquele que a maçonaria utiliza e servirem à mesa, com os salários que são pagos. É este o desenvolvimento que querem?
1 comentário:
Bom,para quem não sabe eu nasci em Olhao.
Se,a Câmara faz tantas irregularidades à lei,então temos de intentar parar este comportamento da autarquia/junta de freguesia etc,etc.
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