terça-feira, 24 de setembro de 2024

OLHÃO: QUE FUTURO?

 Aquilo que temos vindo a assistir nos ultimos anos, é à completa degradação dos direitos sociais previstos na Constituição, tais como a educação, a saúde e a habitação.  

Por ser considerado o primeiro direito e sendo ele, ou devendo, uma responsabilidade das autarquias, é importante olhar para a politica habitacional da Câmara Municipal de Olhão, não na perspectiva de quem ganha direito com isso mas sim na perspectiva das pessoas, na satisfação das suas necessidades habitacionais.

Tem sido preocupação da nossa câmara autorizar de forma indiscriminada a instalação dos chamados alojamentos locais ou habitações para fins turisticos, as quais têm consequências, desde logo pelo aumento substancial das rendas ou do preço dos fogos, inacessiveis a qualquer trabalhador.

É bom que as pessoas se lembrem ou tenham em conta que mesmo trabalhando e recebendo um salário não conseguem sair da situação de pobreza, uma pobreza envergonhada, embora já se vejam casos de pessoas individuais ou colectivamente vivam sem o minimo de condições, sejam em contentores sobrelotados ou até mesmo em tendas.

Isto num momento em que em muitas cidades europeias se criam movimentos contra o excesso de turismo, particularmente deste tipo que não encarecem as rendas como os artigos de consumo alimentar sobem de preço. No fundo, são os residentes, com menos rendimentos, os mais castigados, para ajudar a enriquecer aqueles que vindo de outras paragens, têm um maior poder de compra.

Indiferente às condições de vida da generalidade dos olhanenses, a autarquia não vê mais que as construções de luxo. É certo que fizeram ou estão ainda por concluir uns quantos fogos a custos controlados, que vêm sendo anunciado desde 2017.

Também é verdade que foi anunciada a construção de mais N fogos do mesmo tipo nas antigas instalações de litografia ou da Alissuper mas devem estar à espera do PRR, não se sabendo daqui a quanto anos estarão prontos.

Jogando com a escassez de habitação acessivel aos residentes a autarquia prepara dois planos de pormenor que preveem em conjunto a construção mais de dois mil fogos, centro comercial ou um colegio internacional, para alem de outras infaestruturas.

Para alem da impermeabilização de um aquifero, uma reserva de agua substerrânea, estes planos são servidos pela Variante Norte à 125, a qual vai ter apenas uma faixa de rodagem em cada sentido, pelo que é previsivel que nas horas de ponta surja um congestionamento da Variante. Na prática aquilo que levou à necessidade da construção da Variante vai sofrer pelo mesmo tipo de acções!

É este o futuro que queremos, a um ano de eleições? Reflitam!

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