domingo, 7 de agosto de 2011

OLHÃO: QUE DESTINO PARA AS AGUAS DAS ETARs?

Em 15 de Abril de 2009 a então Tertúlia dos Cafetantes organizou um debate com o tema do título, convidado o Dr. Manuel Costa que defendeu o aproveitamento das águas das ETARs, que no caso da Ria Formosa teria como vantagens as ambientais não descarregando os efluentes na água da Ria com os prejuízos económicos na qualidade do marisco, com o seu desvio das águas para a rega na agricultura a economia dos custos na sua obtenção com o adicional de já ter incorporado os três principais nutrientes para a agricultura, o azoto, o fósforo e o potássio.
Em entrevista ao jornal Público do passado dia, em versão impressa, Manuel Costa dá a conhecer o projecto que desenvolveu para o aproveitamento das águas da ETAR de Salir.
O entrevistado de vasto currículo académico, é também associado do SO! onde é membro da Assembleia Geral.
Agrónomo aposta na rega com água de ETAR para substituir adubos químicos
Programa Nacional de Uso Eficiente da Água, lançado em 2001, vai ser aplicado num pomar de alfarrobeiras no barrocal algarvio. Desta vez os promotores não são estrangeiros
reportagem de Idálio Viegas
A alfarrobeira deixou de ser vista como a "arvore das patacas" para o agricultor, mas ainda domina a paisagem algarvia. A cultura tradicional faz-se de sequeiro, mas existe agora a possibilidade de vir a ser regada com águas residuais tratadas. Além do aumento e da maior rapidez da produção, evita-se o despejo dos esgotos nos rios e ribeiras. No barrocal de Salir, concelho de Loulé, vai ser desenvolvido uni projecto experimental.
Manuel Costa, agrónomo, viu um colega dinamarquês a usar lamas provenientes de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para fertilizar o terreno onde plantava relva. O acto, em si, não lhe pareceu nada estranho. O que lhe causou admiração foi quando viu a proveniência do produto, escrito nas embalagens -importado dos Estados Unidos da América. "Os deuses devem estar loucos", comentou. É que, em Portugal, diz, "mandamos as lamas para os aterros e não aproveitamos o seu potencial nutriente na agricultura". Com um doutoramento na área agro- ambiental, tenciona pôr em prática os conhecimentos para regar alfarrobeiras, com os efluentes, tratados, provenientes da ETAR de Salir - evitando que o esgoto vá parar à ribeira da Benémola, onde nasce o principal aquífero do Algarve.
Durante seis anos, o investigador andou a "pregar no deserto" para convencer as entidades oficiais da necessidade de usar os efluentes das ETAR na rega de pomares e hortaliças. "Tem sido uma luta inglória", desabafa. Só .-recentemente é que encontrou quem acreditasse que valeria a pena investir nesta área.
Luís Caliço, ex-atleta olímpico, agarrou na ideia. "Acho interessante, mais pelo valor ambiental do que pelo rendimento que espero tirar das alfarrobeiras", disse o antigo profissional de windsurf, que participou nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.0 preço de arroba de alfarrobas é 4,2 euros, quando em tempos passados já chegou aos dez euros.
O vice-presidente do Agrupamento de Alfarroba e Amêndoa do Algarve (Agrupa),
Horácio Piedade, comenta que em "menos de seis euros a arroba não paga a mão-de-obra na apanha". O representante dos produtores sublinha: "O fruto não fica na arvore porque são os proprietários que apanham e não fazem contas ao trabalho".
Investimento de 75 mil euros
A oportunidade de pôr em prática a investigação desenvolvida na Universidade do Algarve surge num terreno de 16 hectares, situado junto à ETAR de Salir. Em vez dos efluentes serem lançados na ribeira, serão reutilizados na rega de duas mil árvores. A propriedade, situada numa encosta, pedregosa, está coberta por velhas e caducas alfarrobeiras, deixadas ao abandono, sobrevivendo em disputa com os carrascos e outras espécies autóctones, onde se escondem os coelhos. Dentro de três a quatro anos, prevê o agrónomo, "teremos árvores, verdinhas como laranjeiras, carregadas de fruto".
Luís Caliço, profissionalmente ligado à área de compra e venda de propriedades, vê nesta intervenção agro-ambiental a concretização de um sonho familiar. "O meu pai já tinha um projecto para recuperar as alfarrobeiras, mas não passou do papel". Manuel Costa, que também fez um mestrado em Biologia na Noruega, sublinha: "Esta agua [efluentes] contém o alimento perfeito para as árvores, azoto e fósforo". E não há perigo de contaminação do solo? "Não, porque no Algarve não há fábricas e, por isso, a percentagem de metais pesados nos esgotos é residual."
O projecto, candidato a fundos comunitários, representa um investimento de 75 mil euros. "Se eu fosse americano, o financiamento estava garantido", diz Manuel Costa, recordando a cena que observou em Loulé, quando foi montado um relvado [entretanto, substituído por um passeio em pedra] em volta da estátua na rotunda principal da cidade. "Quando vi o meu colega Ijahn Jansen usar lamas importadas dos EUA, ainda olhei duas vezes para ver se tinham sido enriquecidas, mas não, eram mesmo lamas de ETAR". Em Portugal, acrescenta, "mandamos as lamas para aterro e compramos azoto, fósforo e potássio, produzidos pelas fábricas", A aplicação de lamas e efluentes tratados na rega, desde que devidamente controlada, \ enfatiza, "dispensa a aplicação de i adubos". Mas, lamenta: "Nós temos l a tendência para não usar o que é fácil e barato".
O dirigente da associação ambientalista Almargem, Luís Brás, destaca a "velha batalha" que tem travado para que os campos de golfe passem a ser regados a partir dos efluentes tratados das ETAR. Dos 41 campos de golfe existentes na região, sublinha, apenas o campo dos Salgados (Albufeira) cumpre uma norma que jã existe na legislação, mas não é aplicada. A declaração de impacto ambiental dos projectos aprovados depois de 2004, nota, "exige a reutilização das águas residuais na rega, concedendo um período de transição para se adaptarem".
No entanto, uma vez que é mais barata, a agua proveniente dos furos ou dos perímetros de rega (barragens) acaba por ser a principal fonte de abastecimento. A empresa Águas do Algarve, há cinco anos, anunciou a intenção de avançar com um investimento nesta área, mas, aparentemente, por falta de interesse dos potenciais consumidores, o projecto ficou parado.
Luís Caliço prevê que as alfarrobeiras regadas "ainda possam vir a ser uma boa cultura". Portugal ocupa o terceiro lugar na produção a nível mundial (40 mil toneladas), atingindo um volume de negócios de 32 milhões de euros. O principal produtor é Marrocos, com 100 mil toneladas, Espanha vem a seguir, com 7O mil toneladas.

12 comentários:

Anónimo disse...

A Espanha só é maior produtor que Portugal, porque compra em Portugal e diz que as colectam em Espanha,os portugueses sabem disso e nada fazem assim a quota para Espanha é maior que Portugal e a Espanha tira dividendos disso.

Anónimo disse...

AS ETARS na Ria Formosa estão fora DE PRAZO E SÓ ENVENENAM A RIA EM VEZ DE TRATREMMOS ESGOTOS AQUI ESTAVA UMA SOLUÇÃO BARATA E QUE DAVA PARA ACABAR COM UM DOS MAIORES FOCOS DE POLUIÇÃO DA RIA FORMOSA.E AO MESMO TEMPO SERVIA PARA A AGRICULTURA.
MAS AS AGUAS DO ALGARVE ESTÃO INTERESSADA É EM OBRAS DE MILHÕES PARA ALGUÉM AMEALHAR MAIS UMAS COMISSÕES .

Anónimo disse...

Com rarissímas excepções só se verifica interesse pelo colectivo quando o lucro de alguns é muito bem assegurado.A maneira de estar ancestral não muda só porque o regime tem outro nome, ampliada, quando a nova elite ainda é mais corrupta que a anterior.Tudo continua demasiado lento e cinzento na santa paz jesuítica.Quem se sentir mal,agora pelo menos, pode abalar sem problemas.

Anónimo disse...

Não é por acaso que as águas do algarve estão desde há muitos anos entregues à gestão da mesma pessoa. A sua competência tem sido reiteradamente reconhecida; Sempre a má língua a tentar destruir quem mostra valor e obra feita.

Anónimo disse...

Solução fácil para as ETARS da Ria Formosa, barato, e era bom para a ria formosa,para os pescadores para os viveiristas, mariscadores, e para a Natureza, bom para os agricultores,mas porque não o fazem? ou esses senhores do poder querem é obras caras,vá-se lá perceber isso.

Anónimo disse...

A máfia italiana dá cursos por correspondência para quem tem dificuldades em perceber porque certos senhores e senhoras só querem obras caras, quanto mais caras melhor; entre outras razões é de que o que é caro é bom; os portgueses não merecem o melhor? obviamente que sim.

Anónimo disse...

Campos de golf:

Tenho um ao pé da porta que faz parte do complexo Colina Verde, que
as águas residuais (excedentes da rega do campo de golfe) vão canalizadas para o terreno do vizinho.

Para este tipo de negócio não mais houve problemas, pois continua tudo na mesma.

Para a desgraçada agricultura, embora tivessem chegado um pouco tarde,"uns intitulados gestores do ambiente" implicaram com a agua de drenagem das estufas.
Fiz um primeiro reservatório ,recepção/decantação e
ainda um outro,para reutilização das referidas águas, embora feito,mas ainda não concluido,podendo contudo ser utilizado a qualquer momento.
Porém, houve necessitade urgente,de
canalizar as águas do primeiro reservatório pois era prejudiciaj aos lençóis friáticos, tendo sido acatada tal decisão.

Pergunta-se:

Então o excedente das águas do campo de golfe do empreemdimento turistico denominado Colina Verde, não são prejudiciais para os lençóis friáticos?

Não serão mais perigozas por estarem saturadas de nitratos?

Ou não são prejudiciais por serem da malta da corda e muito conhecida do prisidente do Palácio Branco?

Para uns o indice de construção não
tem limites e valores a respeitar, para outros nada se pode fazer.

MISERÀVEL CORRUPTO!

E ainda as altas individualidades do país pedem para que se dediquem à agricultura?
Não têm a noção dos cães que dificultam o progresso. Para o betão sim,sim senhor.

Para quem produz só problemas, vejam os mariscadores!

Andam a promover festas de mariscos
apanhados aonde? Cheios de merda!

Este presidente pensa que a merda faz desenvolver a agricultura e o marisco aplicada directamente. Será que foi assim que aprendeu na escola de regentes agricolas?
Se foi assim não estudou a matéria
pois aquela (merda),só é boa depois de decomposta (após fermentação).

ETARES de 3ª geração:

Eu ouvi o prisidente declarar e comprometer-se com a construção de etares de 3ªgeração.
Só não ouvi dizer quando era a data
do inicio da construção das mesmas.
Neste caso o prisidente tem toda a razão. Com tempo se farão! Dêm tempo ao tempo!

Com todo o respeito que merece o comentário do anónimo das 11:30, tenho de o alertar do seguinte:

Os espanhóis vêm a Portugal comprar muita coisa, é verdade;

Em alguns casos pontuais, por via desses factos, são maiores produtores,também é verdade;

Do que têm vivido grande parte,dos portugueses,na generalidade:

Betão;
Negócios;
Subsídios;
Grandes jogadas;
Oportunismo; e
Politica.

Nuestros hermanos:
Betão
Negócios dentro e fora da Peninsula
Aplicação de subsídios por toda a Espanha
Grandes jogadas na conquista de novos mercados para colocação da produção
Oportunismo na valorização de quem produz
Politicos que têm sido responsávei
em gestão.

No meu ponto de vista,os espanhóis
têm dado lições!

Alguns portuguses gostam mais do trabalho de ocasião.

Em Portugal determinada produção tem os dias contados;

Em Espanha, a produção tem incentivos.

Os politicos que deixem de roubar

Trabalhem, parasitas!

JMateus

Anónimo disse...

tudo o que são soluções boas e baratas,e apresentados por quem não tem cartão, não interessa ao sistema, seja ele rosa ou laranja.

Anónimo disse...

Há grande Dr pina:

Sabe mais a dormir que eu e muitos acordados!

Pois é, cada dia que passa,a insegurança, tanto à noite como de dia é um descalabro.

Grande estadista!

JMateus

Anónimo disse...

Quem é que não têm cartão? o Manuel Costa? não brinquem com isto o homem tem cartão politico é é de outra cor sem ser rosa e laranja.

Anónimo disse...

Deve ser do Sporting !

Anónimo disse...

A intenção era boa de utilizar como fertilizantes as águas das etares na agricultura. Porém em que tipo de agricultura?
Horticulas ou em arvores?
E isto porque o valor de nitratos nos canais fráticos são elevados em determinadas zonas. Iria agravar essas areas.Embora existam outras que seria uma utilização produtiva, porém, quanto custaria?

JMateus