Nos últimos, o presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Pina, teve algumas intervenções que nos merecem alguns comentários, apenas porque não lhe podemos atirar com uma xoxa de velha!
Sem querer, a boca fugiu-lhe para a verdade no discurso das comemorações do Dia do Pescador. Ao admitir a hipótese de os pescadores virem a ser reconvertidos para outras actividades, no fundo o que ele está a dizer, a transmitir, é que a pesca não tem futuro.
Para nós não é nenhuma novidade que o objectivo seja mesmo o aniquilamento total da frota pesqueira de Olhão, e virar tudo para o turismo, reconvertendo os homens do mar para aumentar o exercito de mão de obra barata a servir os estrangeiros que nos visitam.
Aliás, o conjunto de medidas, as restrições que são impostas à pesca, às quais o presidente da autarquia diz estar atento mas que nada faz, apontam nesse sentido e só um grande movimento que congregue toda a população e não apenas os pescadores, pode inverter essa situação. Porque a seguir à pesca irá sucumbir o que resta da outrora saudável industria conserveira.
Para alem das medidas ditadas pela UE estabelecendo quotas de captura abaixo do espectavel e de acordo com o estado dos stocks, da situação da Barra da Armona que permitia encurtar a distancia em cerca de doze milhas, a transformação ainda que parcial do Porto de Pesca em Doca de Recreio ou Marina, o problema da primeira venda em lota, a falta da fixação de um preço mínimo, vão determinar a breve prazo o fim da pesca. E a industria conserveira resistirá a tudo isso?
Por outro lado, o presidente da Câmara veio declarar como fantástica a acção dos alunos da escola de Marim, como se as pessoas não percebessem que há uma manipulação grosseira por detrás dela. É que se fosse uma iniciativa de professores e alunos ela não teria a divulgação que teve, com honras de acesso na imprensa regional.
Como não podia deixar de ser, associa-se a junta de freguesia de Quelfes o que deixa perceber como foi delineada e a razão porque se realizou ali e não noutro local da Ria Formosa.
Dado curioso comum a todas as acções deste tipo é o facto de nunca ser posta em causa a poluição provocada por entidades publicas. Para alem do mau funcionamento das ETAR, dos esgotos directos e sem qualquer tratamento, temos as fossas da Armona cujo saneamento está por fazer e um outro de que ninguém fala; trata-se de as estações elevatórias estarem localizadas estrategicamente junto de linhas de agua ou ribeiras e quando entram em colapso, descarregam directamente na Ria sem qualquer fiscalização.
Falar de poluição de forma parcial como o fazem contra o plástico, justamente diga-se, mas omitindo premeditadamente todos os outros focos, não é de quem esteja preocupado ou a zelar pelo melhor ambiente. Trata-se de um acto de manipulação das populações, como que varrendo o lixo para debaixo do tapete.
No fundo, demasiada publicidade para disfarçar a inércia da Câmara!
1 comentário:
António Terramoto , eu não acredito que esse caga Milhões diga uma coisa dessas , podia ter sido mal interpretado .
No Dia em que acabar a pouca pesca que se faz já a partir do Porto de Olhão , é melhor fechar as portas .
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