quinta-feira, 23 de abril de 2020

ALGARVE E AS VISITAS MINISTERIAIS DA PANDEMIA

O Sotavento algarvio foi ontem visitado pelo ministro da administração interna, um tal de Cabrita, na companhia do traste Apolinário e dos presidentes das Câmaras Municipais de Tavira e Olhão.
O objectivo desta visita prende-se com os migrantes que trabalham numa exploração agricola, em que na maioria dos casos, os trabalhadores são precários, contratados através de uma empresa de trabalho temporário e que vivem em condições pouco dignas. A mesma empresa que tem explorações em Tavira e Olhão e é fornecedora de serviços para esta autarquia.
É evidente que o ministro está cagando para as condições de vida de quem trabalha, apenas o preocupando o facto de eles poderem ser um potencial foco de contaminação do Covid 19, como se o perigo não fosse mesmo provocado pelas condições em que vivem.
À semelhança do que aconteceu com os refugiados instalados num hostel de Lisboa em que estavam cento e tal hospedes para pouco mais de trinta quartos, também os migrantes que trabalham na agricultura vivem em barracões, onde se amontoam, utilizando os mesmos instrumentos, respirando o mesmo ar e sem condições algumas. Para isso não há policia, porque os novos escravos é para isso que servem; trabalhar e pagar-lhes o mínimo possível.
Também o ministro do ambiente deveria visitar estas explorações para verificar o destino dado às caldas que utilizam na fertilização da produção, a maioria de frutos vermelhos. Porque na zona de Estiramantens, um vizinho dessa exploração há anos que vem denunciando a possível contaminação dos lençóis freáticos. Um dia, fomos visitar o sitio e a calda corria para a estrada.
Quando a anedota em ministra da agricultura, a mesma que via na pandemia uma grande oportunidade de negocio para onde pretendia enviar a carne de porco, pretende colocar as pessoas que estão em lay off a trabalhar na agricultura não deve saber do que se trata. É que estas explorações são feitas em estufas, com elevadas temperaturas no seu interior e o vapor da fertilização, susceptivel de provocar intoxicações por inalação. Mas como se trata de economia e essa está acima da saúde, também não faz mal.
No fundo, todos eles estão cagando para a saúde do Povo trabalhador, o problema deles é o Covid 19 pode bater-lhes á porta directa ou indirectamente.
Alguem de bom senso acredita que estejam preocupados com estes migrantes? Porque não mandam verificar o que se passa em todos os locais onde existem grandes concentrações de nepaleses?
Já o idiota do costume vem dizer para os migrantes não irem juntos para os supermercados, mas na Bela Olhão, para fazer a distribuição de alimentos, que não são dados pela Câmara, podem estar todos ao molhe e fé em Deus, sem mascaras que não faz mal nenhum. Então se quer ser tão benevolente, e já que as pessoas se não têm dinheiro para a comida também não terão para comprar mascaras, porque não as oferece o município?
Um tretas, este presidente!

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