1 - Como é do conhecimento de todos, em 2011 o nosso País foi alvo de um resgate no montante de 70.000 milhões de euros dos quais 25.000 destinaram-se a resgatar a banca falida. Dos 25.000 milhões de divida da banca, esta só pagou ainda 5.000.
Enquanto o Eurogrupo discute a forma e o montante do endividamento dos Países por causa da Covid 19, a Confederação dos Industriais Portugueses pedia ao governo um subsidio a fundo perdido no valor de 20.000 milhões de euros.
Logo um ex-ministro socialista, Daniel Bessa se apressa a defender cortes nos salários e nas pensões, considerando isso um acto de solidariedade. E eu que julgava que a solidariedade era outra coisa, com os mais ricos a ajudarem os mais pobres. Um confisco de parte dos magros salários e pensões é na verdade um roubo!
Anteontem, a Comissão Europeia apontava outros quatro grandes problemas que Portugal enfrenta para alem do vírus, a saber, salários da função publica, despesas com pensões e saúde e ainda a eterna fragilidade do sector financeiro.
Dito de outra maneira, a presidente alemã da Comissão Europeia, revela um pensamento em linha com Daniel Bessa, apontando para cortes nos salários dos funcionários, nas pensões e também no serviço de saúde, como se pode ver em https://www.dn.pt/edicao-do-dia/09-abr-2020/bruxelas-aponta-para-quatro-grandes-problemas-do-pais-alem-do-virus-12049478.html.
Por aqui se percebe a relutância da Alemanha no apoio aos países em dificuldades no combate ao corona vírus. Gastar-se dinheiro com a saúde? Que morram todos, dirão eles.
2 - Internamente, a banca continua falida e prestes a rebentar se o governo, mais uma vez não lhe der a mão. Quando se fala no apoio à economia com a banca a emprestar dinheiro às empresa e às pessoas, estamos a falar de um novo resgate encapotado à banca.
As famílias portuguesa vão perder parte dos seus rendimentos, sejam eles provocados pelo desemprego ou pelos cortes que virão a seguir. Muitas delas vão entrar em incumprimento, podendo provocar uma nova bolha imobiliária, arrastando a banca. Não é por acaso que a banca quer uma garantia do Estado de 90% para tais empréstimos.
Por outro lado, a quebra na produção vai determinar uma quebra no PIB, aumentando em termos percentuais a divida publica, colocando o País à beira de um novo resgate.
Para já é certo que vamos receber mais uns milhares de milhões para alimentar a ganancia de alguns mas diferindo o pagamento para os trabalhadores como de costume.
Que o Povo não acredite em facilidades porque o que aí vem é um vírus tão ruim quanto o actual. Não mata tão rapidamente, mas provoca a morte lenta, pela fome. Organizem-se e preparem-se para a luta!
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