segunda-feira, 18 de março de 2019

OLHÃO: ABAIXO A DITADURA MARITIMA! PELO DIREITO AO TRABALHO!

Amanhã, pelas 14:30, no Auditório do IPMA, vai realizar-se mais uma reunião de produtores de bivalves contra a ditadura imposta por quem vive à custa do labor de quem exerce a sua actividade na Ria Formosa, herdade de pais e avôs.
Para nós, o capital humano é o mais valioso e o primeiro a ser protegido, ao contrário do que pensa e diz o presidente da câmara, para quem as negociatas em torno do sector turístico-imobiliário está acima de tudo. É por pensarmos assim que nunca deixaremos de pegar o boi pelos cornos, dizendo o que pensamos sobre todos os problemas que a Ria Formosa enfrenta.
Em tudo devemos estabelecer a relação causa/efeito, e ao fazê-lo constatamos que o principal problema da Ria foi, é continuará a ser a poluição, por mais que toda a escumalha política queira fazer crer o contrário.

Olhão 3 é talvez a maior zona de produção de bivalves e neste momento, o aparelho repressivo do Estado, persegue até aqueles que para lá forem passear, e pior ainda se vir alguém debruçado sobre o solo. Aliás, esta atitude não é um exclusivo de Olhão 3, mas em toda a Ria, ora porque os bivalves não têm a medida, ora porque estão em classe C, ou porque a pesca é ilegal.
O decreto-lei 236/98 dotava o IPMA de competências para classificar as zonas de produção, mas também o dotava de competências para criar zonas de transposição quando as zonas fossem desclassificadas. Passados vinte anos, nem uma só zona de transposição foi criada!
Se conjugarmos a atitude do IPMA, com os objectivos do Parque Natural da Ria Formosa de redução das zonas de produção de bivalves, percebe-se que aquilo que se vem fazendo na Ria, não é mais do que procurar acabar com as suas actividades económicas tradicionais.
Mas mais, quando é o próprio Parque quem emite um parecer favorável para permitir a invasão das zonas húmidas para permitir a construção de uma ecovia, está tudo dito; corta-se nos viveiros para aquilo que é para fins turísticos, permite-se.
E tanto assim é que, os barcos a motor não podem circular nos esteiros mas as marítimo-turísticas podem! Mais, as forças da repressão, investem contra quem navega pelos areais mas não incomoda os iates com mais de trinta metros que vão fundear entre a Culatra e a Fortaleza, um canal secundário que não permite a navegação a barcos a motor com mais de nove metros. Afinal no que ficamos? Porque se reprime os mais fracos e permite-se aos mais poderosos?
Onde andam agora aqueles senhores que em Novembro de 2013 contestaram a desclassificação das zonas de produção com o presidente da câmara à cabeça? O principal responsável por ainda haver esgotos directos a desaguar na Ria agora está calado. Porquê? Talvez porque tendo viveiros em terrenos ocupados ilegalmente possa vir a perdê-los! E o outro que naquele dia promoveu uma manifestação expontanea, mas cujos viveiros de ostras, são os únicos da Ria Formosa classificados de classe A?
Os produtores de bivalves têm de se unir e organizar, eleger uma comissão que fale a uma só voz e confronte o Poder político, os intrujões que têm algum poder de decisão e que vai desde o presidente da câmara, até à ARH Algarve, ao IPMA e todos os outros que de forma directa ou indirecta têm contribuído para a destruição da nossa Ria Formosa.
Que compareçam todos amanhã no Auditório do IPMA e lutem! 

1 comentário:

Joaquim disse...

Essas LEIS acerca dos esteiros, simplesmente não têm sentido nenhum!!!
Visto que se é a poluição que origina a proibição de navegação de embarcações a motor.
Porque os Maritimo Turisticas, podem navegar?! Quando por sua vez cada vez existe mais embarcações deste género?!?
Coisas sem sentido nenhum!!!
LEIS só para alguns, enfim...
E depois os esgotos continuam a ir diretos...