Por despacho do presidente do IPMA, datado de 01/03/2019, a Zona de Produção Olhão 3 foi classificada como PROIBIDA|
As zonas de produção são classificadas em função do grau de contaminação microbiológica ou química, mas no despacho não se diz a que se deve esta despromoção, o que levanta muitas suspeitas, deixando a credibilidade do IPMA muito a desejar, até pelos antecedentes.
Desde Novembro de 2013 que a zona Olhão 3 foi desclassificada para Classe C, o que permitia apanhar os bivalves que teriam de ser transferidos para uma zona de transposição, que nunca foi criada.
Não há muito tempo que foi inaugurada a nova ETAR Faro/Olhão, com um método inovador que prometia vir resolver o problema da poluição nesta zona da Ria Formosa. Mas ao invés disso assistimos sim ao agravamento da desclassificação sem que seja dito quais as verdadeiras razões.
Deve dizer-se que os fundos têm capacidade regeneradora a partir do momento em que as causas sejam eliminadas, ou seja, com a entrada em funcionamento da ETAR milagreira seria suposto que as coisas melhorassem, o que não acontece.
Será que a nova ETAR deita mais merda que a anterior, ou haverão outras razões mais poderosas?
Ao proibir a apanha de qualquer espécie de bivalve nesta zona, os viveiristas tenderão a desfazer-se das suas concessões ou a passa-las a terceiros por uns míseros trocados. E os mariscadores também deixam de poder apanhar nos baldios daquela zona. De forma resumida pode dizer-se que estão a proibir o direito ao trabalho de largas dezenas de pessoas!
Ou será que a ETAR até não funciona assim tão mal e a desclassificação se deve a ingerências políticas e trafico de influências?
Sabemos que o presidente da Câmara Municipal de Olhão tem procurado saber de terrenos que não a ser utilizados para requerer para si a concessão deles; também sabemos que a concessão destes terrenos deve ser submetida a concurso, embora saibamos como se fazem estes concursos; sabemos que a zona Olhão 1 é a única Classe A de toda a Ria Formosa, só possível pelo trafico de influências.
Se pensarmos que em Olhão 1, as ostras, pela sua classificação, dispensam a depuradora, não nos espantaria que mais dia, menos dia e depois de vencidos pelo cansaço e a desistência da posse dos seus lotes, surgissem novas personagens ligadas ao Poder político a tomar conta daquelas áreas que de seguida seriam reclassificadas por forma a permitir a sua produção.
Ministra do Mar, Secretário de Estado das Pescas, Direcção do IPMA, Direcção da DGRM, é tudo farinha do mesmo saco. Digam lá que isto não é um governo de esquerda?
E eu sou do quê?
Para quando a construção de uma ETAR capaz de tratar o esgoto politico em que vivemos?
4 comentários:
Concordo com parte do post. Mas vamos ser claros esta classificacao resulta do resultado das analises feitas no verao de 2019 onde uma delas passou em larga escala os valores permitidos. E nessa altura a Etar nao funcionava ainda. Mas o estranho é proibir alguem de trabalhar com base numa analise com 7 ou 8 meses. Ja agora a analise foi relativa a Ecoli ou seja fezes humanas.
Analises realizadas no verão de 2018, e só agora surge a interdição, o ipma devia ser responsabilizado, além do mais este resultado surgir agora também tem a sua conveniência, senão vejamos. A pascoa está próxima (altura em que o preço da ameijoa sobe), a zona 3 engloba cerca de uma centena de viveiros ou mais, ficando interdita a oferta torna-se bastante inferior a procura, o que fará com que o preço suba ainda mais. alem de que uma parte substancial do que esta descrito no post, não seja de descartar.
Vamos pensando e postando aqui, a alguma conclusão chegaremos.
Já agora analises com 7 meses, já puseram em perigo a saúde publica, alguém tem que ser responsabilizado criminalmente.
Entao apagaram o comentario onde era dito que n zon olh1 as ostras podem ser consumidas directamente ate mesmo cruas e no mesmo viveiro as ameijoas so sirvam para a industria. Nao me digam que tambem mamam ostras á borla?
As ostras da Zona P são as melhores da Ria e fazem bem há saúde de quem as come e de quem as produz!
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