Hoje há Assembleia Municipal e como tal é de todo o interesse trazer á tona de agua alguns factos da gestão autárquica para que os deputados eleitos possam, se assim o entenderem, questionar o presidente da Câmara Municipal de Olhão.
Esgravatando no site da autarquia, encontrámos o mapa registo contratos de avença/prestação de serviços e como não podia deixar de ser constatámos que apesar de querer dar um ar de transparência, os serviços camarários são cada vez mais opacos.
No fundo este mapa não é mais do que uma súmula do que vem sendo publicado no portal base do governo, mas nem todos os contratos de prestação de serviços ou avença ali publicados aparecem neste mapa. Mais, há trabalhadores contratados em regime de avença que deram inicio antes de ter terminado e outros no mesmo dia.
São essencialmente, cinco os serviços a que estão afectos, a saber Gabinete de apoio à Presidência e vereação com 5; Divisão de Manutenção Ambiente e Energia com 11; Divisão de Educação com 27 e a Divisão de Gestão Urbanística com cinco.
Como curiosidade, aqueles que estão afectos ao Gabinete de Apoio à presidência têm um estatuto especial a fazer fé na forma como são tratados na retribuição; assim temos uma miúda sem qualquer formação superior brindada com uma avença para serviços de produção de conteúdos e marketing digital e 1500,00 euros mensais. De referir que esta miúda esteve a receber durante algum tempo pela "Gorda" uma associação teatral com fortes ligações à câmara; duas funcionarias, das quais não se sabe a sua formação académica ou profissional, afectas a este gabinete viram reforçada a sua posição com a renovação contratual e um aumento na ordem dos 40%, cerca de quatrocentos euros, cerca de quatrocentos euros. E lembrar que o partido no Poder em Olhão é o mesmo do do governo central, o tal que achou excessivo o aumento pretendido pelos enfermeiros especialistas de cirurgia!Mas há ainda outra curiosidade, é a do "porteiro" que pomposamente é designado para o serviço de recepção do edifício sede, brindado com mil, seiscentos e cinquenta euros. E esta hein? A Divisão de Educação é o parente pobre destas contratações apesar de serem 27 os contratados. É que em regra é pessoal para procederá vigilância de receios e limpeza dos edifícios escolares ou para coordenação e monitorização de actividades aquaticas ( leia-se piscinas). E se os primeiros apresentam salários na ordem dos setecentos e oitenta euros os segundos apenas têm em media 280,00 euros. Mas temos ainda a Divisão de Manutenção Ambiente e Energia com um salário médio de 900,00 euros. Falta a Divisão de Gestão Urbanística com cinco eleitos, todos com 1.500,00 euros.
Há ainda mais alguns avençados mas de pouca monta e que por isso não fazemos alusão a eles.Nem as pessoas que são objecto destes contratos podem ou devem ser visados porque o que está em causa são os procedimentos e a política salarial defendida pela autarquia, que cria ou acentua desigualdades em função do grau de proximidade com o "dono disto tudo" António Pina.
Oferecer salários sem ter em conta a formação académica ou profissional e apenas porque são amigos, camaradas ou qualquer outra forma de proximidade ao Poder, deixando que os restantes trabalhadores da autarquia tenham salários líquidos mais baixos do que este tipo de contratações sugere, é o mesmo que estar a denunciar a forma como se compram votos!
É de lamentar que haja muita gente a reclamar e muito poucos a fiscalizar a forma como é exercido o Poder autárquico. Enquanto as pessoas mantiverem a postura que têm tido, verão os seus bolsos serem sistematicamente esvaziados por taxas e impostos municipais. Até quando vão permitir isto?