Na passada segunda feira, a GNR aprendeu sete toneladas de berbigão imaturo, segundo noticia da RTP e que pode ser lida em https://www.rtp.pt/noticias/economia/gnr-apreende-7000-kg-de-berbigao-na-ria-formosa_n1138914.
Não é a primeira vez que nos pronunciamos sobre o assunto e insistiremos até que este estado de coisas seja alterado.
Na verdade a aberrante figura de secretário de estado das pescas, Apolinário, em meados de Março do ano passado, assinou um despacho pelo qual fixava o tamanho de captura do berbigão em 2,5 cm, em nome da sustentabilidade dos recursos naturais; mas passados alguns, poucos, meses, em Agosto viria a promover novo despacho em que baixava o tamanho da captura do berbigão se este se destinasse à industria, abandonado a questão da sustentabilidade.
Se o secretario de estado estivesse de boa fé em matéria de sustentabilidade dos recursos jamais autorizaria a apanha abaixo de uma determinada medida, destinasse-se o berbigão ao consumo ou à industria. Logo não se trata de salvaguardar qualquer sustentabilidade, mas o de servir, objectivamente os interesses da industria que até nem é nacional.
Mas mais, na Ria Formosa não há uma única zona de produção com a classificação de A, a não ser a milagreira Olhão 1 para as ostras, o que implicaria, caso o berbigão se destinasse ao consumo, a ser submetido à depuração, o que levantaria outra questão que é a de saber se a(s) depuradora(s) teriam capacidade para depurar tanto berbigão.
Quando se diz que foi apanhado um barco com sete toneladas de berbigão, é preciso ter em conta que ou esse berbigão vai ao preço da uva mijona (para a industria) ou os mariscadores estão podres de ricos. Parece que já os estou a ver a comprar apartamentos de luxo na 5 de Outubro.
Devemos também realçar o facto destes mariscadores já terem gasto o dinheiro para poder fazer o trabalho e terem-no perdido e ainda estarem sujeitas a pesadas coimas, porque não tinham um bocado de papel higiénico onde se dissesse que o dito cujo se destinava à industria.
Os mariscadores quando vão para a maré, apanhar aquelas quantidades vão porque têm uma encomenda, em principio feita por uma depuradora, a quem basta receber a respectiva comissão para ir enchendo os bolsos, enquanto os mariscadores vão empobrecendo.
Ou seja, em ultima analise, o secretário de estado Apolinário, está apenas a proteger os interesses das depuradoras quando devia olhar para todo o sector, desde a apanha até à comercialização. Quem terá feito a "encomenda" ao secretário de estado para ele fazer estes despachos? Porque não fixa apenas um tamanho mínimo, seja ele para consumo ou para a industria?
E já agora perguntamos o que andam a fazer os partidos ditos da oposição que estão calados que nem ratos? É que a GNR obedece a ordens e se estes despachos não forem rectificados vamos continuar a assistir à perseguição de quem apenas quer trabalhar.
Será melhor ir roubar?
2 comentários:
A merda evacuada pela MAFIA, ingrato encargo para muitos dos que são obrigados a encará-la e disfarçá-la em matéria de lei.
mais uma machadada na conservação do ambiente em Portugal.
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