domingo, 21 de março de 2021

OLHÃO: FALTA DE ESTACIONAMENTO PENALIZA MERCADOS!

O comercio da  baixa de Olhão, sempre teve nos Mercados a sua ancora, e nessa altura a Avenida 5 de Outubro tinha estacionamento, assim como a restante zona histórica.
Nos ultimos dias ressurgiu a polémica da falta de estacionamento e algumas vozes se pronunciaram no sentido de que teria sido o estacionamento que "matara" o comércio da baixa, Nada de mais errado!
Aquilo que destroi o comercio tradicional são as grandes superficies que secam todo o comercio à sua volta, deixando na cidade o valor residual dos salarios que pagam. Normalmente não compram produtos da região e quando o fazem, é com pagamentos a perder de vista.
A primeira grande superficie a instalar-se em Olhão, foi o Modelo, onde hoje está o Pingo Doce, na Rua Manuel Tomé Viegas Vaz. Foi-lhe concessionado o espaço para parque de estacionamento por um periodo de vinte anos, findo os quais regressou à posse da câmara. 
Por essa altura ainda o nosso País não tinha aderido à UE.
Passados alguns anos e com a entrada na UE, a câmara de Olhão, candidatou-se a fundos comunitários para construir o Parque do Levante, Como de costume, nunca se preocuparam em saber o que pensavam as pessoas e o resultado depressa ficou à vista, um Parque vazio, sem clientes, Dizendo de outra forma, um elefante branco, cujos custos operacionais e de manutenção são muito superiores aos proveitos.
Para tornar o Parque do Levante menos oneroso para o municipio tornava-se necessario obrigar as pessoas a nele estacionarem e nada melhor do que restringir o estacionamento na chamada zona histórica, que o deveria ser mas tem sido claramente descaracterizada.
Se uma grande superficie já fazia mossa no comercio local, o que dizer do crescente numero delas? Nos  dias de hoje, contamos já com dois Pingo Doce, um LIDL, um Modelo e um Continente, um Jumbo, um Aldi, um Intermarchê, um Minipreço; na calha estão para surgir mais três, um novo LIDL a nascente, um Intermarchê em Moncarapacho e um Aldi na Fuzeta.
Alguns deles vendem de tudo, dos generos alimentares aos electrodomésticos, do material escolar à roupa. E com isso assistimos à decadência de todo o comercio tradicional, Como se isso não bastasse, para dar a machadada final surgiram as lojas chinesas.
Quem tem o poder de licenciar todas essas lojas são, como não podia deixar de ser, as câmaras, que deveriam ter em conta o impacto negativo que o excesso dessas superficies comporta. Dirão alguns que é o preço da modernidade, mas esses não viram o negocio familiar fechar portas, lançando no desemprego muitos trabalhadores e comerciantes, cujas perdas nunca foram compensadas pelos postos de trabalho criados pelas novas unidades.
Para todos os efeitos, os Mercados são grandes superficies e deviam ter estacionamento para os clientes poderem com mais facilidade a eles aceder.
O que se verifica, é que em nome da restauração, a modernidade, se condicionam todas as outras actividades, mas com isso estão matando a galinha dos ovos de ouro. O tempo o dirá.
Certo é que foram as grandes superficies que, quais eucaliptos, secaram o comercio tradicional, como acabarão por secar os Mercados!

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