Parece que só agora se dão conta da existência da Caulerpa Prolifera, uma espécie de alga exótica, invasora e infestante, que não era avistada há mais de cinquenta anos.
Pela nossa parte já levamos pelo menos quatro anos a denunciar a presença desta alga e dos efeitos que ela tem na biodiversidade na Ria Formosa, e fomos mesmo atacados pela denuncia.
Agora é o próprio CCMAR a reconhecer não só a presença da alga como a apontar algumas consequências daí advindas, como se pode ver em https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/alga-invade-ria-formosa-varias-especies-em-perigo-14241544.html.
Pergunta-se, porque não se faz um plano para erradicação da alga, mais conhecida como a "erva"? Será que são todos prejudicados ou ela traz beneficios para alguns? Essa é a questão!
Já se percebeu que onde se instala a alga a biodiversidade desaparece, não servindo de abrigo a espécies piscicolas de valor acrescentado; os bivalves que se abrigam no substrato deixam de existir; mas sobrevivem as ostras, principalmente a giga, também ela uma espécie exotica, mas que são criadas em cima de "mesas", não estão assente no solo.
Ainda que existam alguns pequenos produtores, a maioria dos viveiros de ostras estão nas mãos de tubarões, com franceses à mistura, que alugam aquilo que eram viveiros de ameijoa para passar a produzir a ostra giga. Também não é por acaso que entre esses tubarões se encontra o actual presidente da câmara municipal de Olhão, que ainda ontem mandou seis toneladas de ostras para França.
Também não será por acaso que, em situações semelhantes, o IPMA, a entidade que tem por obrigação a classificação das zonas de produção de bivalves, classifica como sendo de classe A para a ostra e para a ameijoa como de classe B. É certo que se fundamentam em analises, mas analises que nos deixão muitas duvidas.
Certo é que os bivalves de classe A dispensam o tratamento em depuradora, podendo ser vendidos directamente, o que abre a porta a todo o tipo de cambalachos, entre os quais a fuga ao fisco, ao não declararem as quantidades vendidas.
E o que faz a brigada de controlo costeiro que só fiscaliza os que andam a apanhar o berbigão? Por acaso fiscalizam a quandidade de ostras que vêm para terra? Verificam as guias que têm de ser emitidas no mar? Ou só as pedem aos pequenos produtores?
Mas também temos a noção de que os interesses turisticos se sobrepõem aos dos viveiristas e pescadores, pelo que a Ria Formosa, pelo menos nesta zona da capitania de Olhão, está condenada a acabar com as actividades económicas tradicionais.
E por detrás dos interesses turisticos, está em primeiro lugar o presidente da câmara e uns patos bravos importados a preceito. A esses, quanto menos gente do mar, melhor! Vivam as praias urbanas, que Olhão 3 já foi!
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