sábado, 12 de novembro de 2016

Defender a Zona Histórica de Olhão da virtualidade à acção! Casa cheia em Olhão em defesa da Barreta e do Levante.

Realizou-se na  excelente sala da Recreativa Progresso em Olhão, aquilo que é uma verdadeira discussão pública daquilo que chamam Plano de Pormenor da Zona Histórica de Olhão.

A sala estava praticamente cheia e vários oradores conhecedores do que é e deve ser um Plano de Pormenor a sério devido à sua profissão, entre eles um arquitectos e um professor catedrático de história de arte, discursaram  para as pessoas sobre o assunto que tanto lhes diz respeito.

Começou por esclarecer as pessoas o Arquitecto Filipe Monteiro, autor do projecto de classificação dos Mercados de Olhão, que esclareceu no que constava o projecto deu a sua opinião pessoal desfavorável sobre o plano, principalmente porque as zonas históricas precisam de um plano de salvaguarda e não de um plano de requalificação. Além disso,  esclareceu as pessoas de como mostrar a sua indignação, mandando o email para a CMOlhão até o dia 28 de Novembro. E também como aceder à disponibilidade jurídica disponibilizada.
Felipe Monteiro mostrou ainda a sua indignação que era comum a muitos dos presentes da destruição da calçada portuguesa para dar lugar a lajes de pedra de escarpão,que de histórico nada tem.
Aproveitamos, mais uma vez no Olhão Livre,  para que  as pessoas assinem a petição publica para a preservação da calçada portuguesa carregando aqui.

Em seguida falou o  Professor Drº Arquitecto Horta Correia, professor da UALG, que embora não sendo de Olhão aceitou o convite, e manifestou o seu descontentamento sobre tal aberração e que a este plano podiam chamar tudo menos plano de salvaguarda do património urbanístico da Zona Histórica em discussão.

Entre outras coisa a principal discórdia incidiu sobre a ousadia de classificar habitações na Barreta e no Levante, entre outras coisas, como casas rurais.

Como era de esperar levantou a voz contra a demolição de edifícios históricos do século XVIII na entrada da Rua das Ferrarias para dar lugar a uma TORRE de 21 metros de altura.Classificou a construção dessa TORRE que a CMOlhão diz que vai ser um polo de atracão cultural como um edifício ANTI-CULTURA, ou seja, uma maneira disfarçada de fazer outro tipo de coisas que antigos regimes nada democráticos faziam, em nome da cultura para destruir a própria cultura.
Disse Horta Correia que a próprio edifício em si na Rua das Ferrarias é um objecto que cultura  de homenagem a um povo e que deve ser preservado devido ao seu valor e especificidade.

Falou-se e discutiu-se ainda  o aumento  da Zona Ribeirinha de Olhão, tendo Fernando Grade da  Associação"Almargem" mostrado a sua indignação, que realçou que embora sendo de Faro discordava do absurdo de tirarem os pescadores do local  para no seu lugar surgirem cerca de 220 iates tapando a vista da Ria Formosa aos olhanenses e aos cidadãos estrangeiros que fizeram desta cidade o seu lugar favorito. Embora sendo de Faro, Fernando Grade não quis deixar de expressar a sua indignação pessoalmente, a maior parte das pessoas presentes mostraram também essa indignação e perguntaram inclusive como se podia  fazer algo em vez de só fazer reuniões. Perguntaram qual o próximo passo.

De realçar que o vereador do PSD na CMOlhão Eduardo Cruz (convêm realçar que esse vereador faz parte do lote dos 5 vereadores acusados pelo Ministério Publico do crime de prevaricação,e a aguardar julgamento), esteve presente na assistência no âmbito de descredibilizar a discussão publica, interrompendo sistematicamente os oradores,  chegando ao ponto de descaradamente desmentir Fernando Grade dizendo que era uma inverdade e depois sublinhando que era uma mentira o que ele estava a afirmar. Fernando Grade respondeu que se era mentira, se baseou numa entrevista do Presidente da CMOlhão que tinha lido, e que se estava a induzir em erro a assistência a culpa era do Presidente da CMOlhão António Pina.

Sendo a verdade como o azeite, ela vem sempre ao de cima. Carregando aqui estão as declarações que António Miguel Ventura Pina  presidente da CMOlhão, anunciou no site da CMOlhão em 7 de Dezembro de 2015 onde se pode ler:
"O presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, apresentou recentemente um balanço dos primeiros dois anos à frente dos destinos do executivo autárquico, ocasião em que aproveitou para dar a conhecer a sua visão para o futuro do concelho.


Perante profissionais da comunicação social, empresários e forças vivas de Olhão, António Miguel Pina anunciou o seu propósito de requalificar toda a zona ribeirinha, dotando-a de condições e infraestruturas que multipliquem o potencial turístico daquela zona da cidade.

No horizonte está o lançamento de um concurso para a gestão da marina, que prevê a duplicação dos pontos de amarração, de 400 para 800. Na prática, toda a zona ribeirinha passará a ter a valência de ancoradouro para barcos de recreio, passando os barcos de pesca artesanal actualmente fundeados no local para a doca de pesca."

O objectivo é, de acordo com o autarca, “potencializar toda a frente ribeirinha e aproveitar o efeito comprovado de geração de receitas que têm as marinas”."
Como podem ver era bem melhor o vereador Eduardo Cruz estar calado em vez de servir de advogado do presidente da CMOlhão, que não tendo coragem de enfrentar os cidadãos nessa discussão publica, mandou emissários para ver e destabilizar o evento. Em Olhão quando alguém mente sobre o assunto fazendo figura de  importante diz-se: "tu pétas cagão"?
Houve várias participações positivas da assistência incluindo de um cidadão olhanense da Barreta que sugeriu gastar os 4 milhões que vão pedir à banca em assuntos mais importantes como por exemplo escolas.

Pontos importantes desta reunião:
- O melhor projecto para uma zona histórica é o de salvaguarda e não o de requalificação porque não se adequa à zona histórica. Um projecto de salvaguarda, como o próprio nome diz, é para salvaguardar/valorizar/proteger uma zona;
- É importante a criação de um processo de classificação da zona histórica
- Mais ainda como dito no site da própria CMO: "observações ou sugestões deverão ser efetuadas mediante requerimento dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Olhão, cujo formulário também pode ser encontrado no site da Autarquia."

As pessoas devem-se estar preparadas para em caso desse plano ir em frente(esperemos que não tal a quantidade de asneiras que só servem para destruir o que resta da  Barreta e do Levante),  protestar activamente na frente das instalações da CMOlhão mostrando a sua indignação.



1 comentário:

Anónimo disse...

The Plano de Pormenor da Zona Histórica de Olhão will destroy the character of the old town. It will be financed by European taxpayers' money. "Not with my money"