Realizou-se na excelente sala da Recreativa Progresso em Olhão, aquilo que é uma verdadeira discussão pública daquilo que chamam Plano de Pormenor da Zona Histórica de Olhão.
A sala estava praticamente cheia e vários oradores conhecedores do que é e deve ser um Plano de Pormenor a sério devido à sua profissão, entre eles um arquitectos e um professor catedrático de história de arte, discursaram para as pessoas sobre o assunto que tanto lhes diz respeito.
Começou por esclarecer as pessoas o Arquitecto Filipe Monteiro, autor do projecto de classificação dos Mercados de Olhão, que esclareceu no que constava o projecto deu a sua opinião pessoal desfavorável sobre o plano, principalmente porque as zonas históricas precisam de um plano de salvaguarda e não de um plano de requalificação. Além disso, esclareceu as pessoas de como mostrar a sua indignação, mandando o email para a CMOlhão até o dia 28 de Novembro. E também como aceder à disponibilidade jurídica disponibilizada.
Felipe Monteiro mostrou ainda a sua indignação que era comum a muitos dos presentes da destruição da calçada portuguesa para dar lugar a lajes de pedra de escarpão,que de histórico nada tem.
Aproveitamos, mais uma vez no Olhão Livre, para que as pessoas assinem a petição publica para a preservação da calçada portuguesa carregando aqui.
Em seguida falou o Professor Drº Arquitecto Horta Correia, professor da UALG, que embora não sendo de Olhão aceitou o convite, e manifestou o seu descontentamento sobre tal aberração e que a este plano podiam chamar tudo menos plano de salvaguarda do património urbanístico da Zona Histórica em discussão.
Entre outras coisa a principal discórdia incidiu sobre a ousadia de classificar habitações na Barreta e no Levante, entre outras coisas, como casas rurais.
Como era de esperar levantou a voz contra a demolição de edifícios históricos do século XVIII na entrada da Rua das Ferrarias para dar lugar a uma TORRE de 21 metros de altura.Classificou a construção dessa TORRE que a CMOlhão diz que vai ser um polo de atracão cultural como um edifício ANTI-CULTURA, ou seja, uma maneira disfarçada de fazer outro tipo de coisas que antigos regimes nada democráticos faziam, em nome da cultura para destruir a própria cultura.
Disse Horta Correia que a próprio edifício em si na Rua das Ferrarias é um objecto que cultura de homenagem a um povo e que deve ser preservado devido ao seu valor e especificidade.
Falou-se e discutiu-se ainda o aumento da Zona Ribeirinha de Olhão, tendo Fernando Grade da Associação"Almargem" mostrado a sua indignação, que realçou que embora sendo de Faro discordava do absurdo de tirarem os pescadores do local para no seu lugar surgirem cerca de 220 iates tapando a vista da Ria Formosa aos olhanenses e aos cidadãos estrangeiros que fizeram desta cidade o seu lugar favorito. Embora sendo de Faro, Fernando Grade não quis deixar de expressar a sua indignação pessoalmente, a maior parte das pessoas presentes mostraram também essa indignação e perguntaram inclusive como se podia fazer algo em vez de só fazer reuniões. Perguntaram qual o próximo passo.
De realçar que o vereador do PSD na CMOlhão Eduardo Cruz (convêm realçar que esse vereador faz parte do lote dos 5 vereadores acusados pelo Ministério Publico do crime de prevaricação,e a aguardar julgamento), esteve presente na assistência no âmbito de descredibilizar a discussão publica, interrompendo sistematicamente os oradores, chegando ao ponto de descaradamente desmentir Fernando Grade dizendo que era uma inverdade e depois sublinhando que era uma mentira o que ele estava a afirmar. Fernando Grade respondeu que se era mentira, se baseou numa entrevista do Presidente da CMOlhão que tinha lido, e que se estava a induzir em erro a assistência a culpa era do Presidente da CMOlhão António Pina.
Sendo a verdade como o azeite, ela vem sempre ao de cima. Carregando aqui estão as declarações que António Miguel Ventura Pina presidente da
CMOlhão, anunciou no site da CMOlhão em 7 de Dezembro de 2015 onde se pode
ler:
"O presidente da Câmara Municipal de
Olhão, António Miguel Pina, apresentou recentemente um balanço dos
primeiros dois anos à frente dos destinos do executivo autárquico,
ocasião em que aproveitou para dar a conhecer a sua visão para o futuro
do concelho.
Perante profissionais da comunicação social, empresários e forças vivas de Olhão, António Miguel Pina anunciou o seu propósito de requalificar toda a zona ribeirinha, dotando-a de condições e infraestruturas que multipliquem o potencial turístico daquela zona da cidade.
No horizonte está o lançamento de um concurso para a gestão da marina, que prevê a duplicação dos pontos de amarração, de 400 para 800. Na prática, toda a zona ribeirinha passará a ter a valência de ancoradouro para barcos de recreio, passando os barcos de pesca artesanal actualmente fundeados no local para a doca de pesca."
O objectivo é, de acordo com o autarca, “potencializar toda a frente ribeirinha e aproveitar o efeito comprovado de geração de receitas que têm as marinas”."
- O melhor projecto para uma zona histórica é o de salvaguarda e não o de requalificação porque não se adequa à zona histórica. Um projecto de salvaguarda, como o próprio nome diz, é para salvaguardar/valorizar/proteger uma zona;
- É importante a criação de um processo de classificação da zona histórica
- Mais ainda como dito no site da própria CMO: "observações ou sugestões deverão ser efetuadas mediante requerimento dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Olhão, cujo formulário também pode ser encontrado no site da Autarquia."
As pessoas devem-se estar preparadas para em caso desse plano ir em frente(esperemos que não tal a quantidade de asneiras que só servem para destruir o que resta da Barreta e do Levante), protestar activamente na frente das instalações da CMOlhão mostrando a sua indignação.
1 comentário:
The Plano de Pormenor da Zona Histórica de Olhão will destroy the character of the old town. It will be financed by European taxpayers' money. "Not with my money"
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