O Serviço de Hematologia do Hospital de Faro está a condenar doentes oncológicos à morte com a falta de assistência.
O Serviço de Hematologia não tem lista de espera, mas algo de muito mal vai naquele serviço. A chefe de serviço foi de férias, das quais regressou na passada segunda feira, e sem as suas instruções não são marcadas consultas. Felizmente foi apenas uma semana, mas se fosse por mais tempo, o problema subsistiria porque o seu comportamento é o de uma autêntica rainha sem o mínimo de respeito pelos seus súbditos, os doentes.
Durante as férias da chefe, foram encaminhados para aqueles serviços, pela especialidades em que estavam a ser acompanhados, dois doentes oncológicos, prioritários, com indicação de urgente e pelo menos um deles com a indicação de muito urgente.
Regressada de férias, a chefe não teve tempo para marcar as respectivas consultas, sabendo de antemão que àqueles doentes ainda falta fazer análises que permitam fazer o tratamento mais adequado.
Um deles, o designado "prioritário" e "muito urgente", apresentou-se na terça feira e na quinta feira, mas a chefe esteve fora na terça e quarta feira só regressando na quinta, já depois das onze horas quando o seu horário de entrada diz que será às nove. Embora o doente se tivesse apresentado com um aspecto cadavérico, com ausência de massa muscular e óssea, a senhora entendeu não dar nem marcar consulta, regressando o doente a casa sem qualquer tratamento, fazendo apenas o controlo da dor indicado ainda pelo serviço onde fora acompanhado.
Este episódio vem pôr a nu algumas questões, começando desde logo pelo conceito de prioridade da chefe, quando se sabe que até numa mercearia de bairro existe o chamado atendimento prioritário, conceito que no Hospital de Faro parece não existir.
A indicação de muito urgente não serve de nada perante a nova rainha, quando não, teria dado as consultas, tão necessárias aos doentes.
Porque já vai sendo rotineiro na administração publica, também o conceito de que na ausência de que na ausência de alguém responsável por um serviço, ele deixa de funcionar, apesar de haver substitutos à altura. Na ausência da rainha do sangue, seria natural que ficasse a gerir o reino o príncipe regente, mas a rainha não o permite.
Por outro lado, percebe-se claramente porque não existe lista de espera, uma vez que se as consultas nem sequer são marcadas não pode haver uma tal lista, considerando-se um serviço muito eficiente, embora os doentes fiquem a definhar de dia para dia.
Este tipo de funcionamento do Serviço de Hematologia Oncológica condena os seus doentes à morte por falta de assistência.
Resta saber se a administração e a direcção clínica do hospital, e tudo leva a crer que sim, tem conhecimento do que se passa no Serviço de Hematologia Oncológica e que medidas pensa tomar para que casos destes não ocorram mais.
Devemos ainda dizer que aos doentes nesta situação, assiste-lhes o direito de apresentar uma queixa na Inspecção Geral de Actividades em Saúde, porque o designado "Livro Amarelo" mais não serve do que para limpar o às de copas, com a hierarquia a branquear as reclamações dos doentes.
O Hospital de Faro, é o hospital de todo o Sotavento Algarvio pelo que aquilo que de mau ali se passa nos diz respeito a todos, lamentando-se que algumas autarquias se prestem a negociatas com serviços privados quando tinham a obrigação de apoiar o Serviço Nacional de Saúde e exigir respostas do mesmo, É para isso que no conselho de administração está um representante das autarquias. Ou está lá apenas para mamar um bom ordenado?
REVOLTEM-SE, PORRA!