quarta-feira, 15 de maio de 2019

ALGARVE, UM DESASTRE SOCIAL!

1 - O mapa apresentado na imagem de cima resulta de uma extrapolação dos dados do Portal da Transparência Municipal, em https://www.portalmunicipal.gov.pt/municipio?locale=pt. A haver qualquer erro, ele estará associado ao que dispõe o portal que é do Governo e não nosso!
Convém desde logo esclarecer que para as entidades publicas, a idade não activa compreende os jovens até à idade de entrar no mercado de trabalho e aqueles que atingem a idade da reforma, estimando por isso cerca de 40%.
O Algarve tem assim uma população de 442.390 habitantes, dos quais 177772 estão em idade não activa, no activo estarão 129591 ou 29% do total, desempregados 41906 ou 9% do total e a receber o RSI 95121 ou 21% do total.
Curioso é verificar a situação de alguns concelhos que apresentam mais gente a receber RSI do que aqueles que estão no activo, casos de Castro Marim, Faro, PORTIMÃO, e Vila Real. Com tanto turismo em Portimão ou Vila Real, os números apresentados só podem significar que há muita gente a trabalhar sem fazer descontos porque sai mais barato ao patrão, que quando quiser os manda embora. Não existe fiscalização. As entidades com responsabilidades nesta matéria não agem nem reagem!
E as presidentes de câmara o que fazem? Népia!
São os concelhos do interior os que apresentam melhores resultados embora se verifique a tendência para a desertificação.
Por outro lado, Portimão, Olhão e Vila Real só apresentam melhores números devido ao peso da pesca que apesar da fuga ao fisco, mantém os pescadores matriculados e como tal contam como activos assim como contam os produtores de bivalves.
E aqui um reparo para Olhão que vê a produção de bivalves ameaçada, transformada e daqui a uns tempos os postos de trabalho serão residuais.
2 - Na semana passada foi promovida uma reunião onde empresários e autarcas pediram a Regionalização, alguns deles dizendo mesmo que nem se devia fazer um referendo.
Pelas declarações prestadas, a pretendida regionalização não é mais do que uma ampliação dos poderes dos políticos, passando por eles a decisão de onde, quando e como construir, mandando os planos de ordenamento às urtigas, sem o mínimo de respeito pelas áreas protegidas e menos ainda pelo desenvolvimento das populações. Para isso propõem-se retirar competências ás direções regionais e passa-las para eles.
Tão clara a posição defendida que António Pina na sua intervenção declarou:
«Temos de definir as competências. Para isso, temos de ter receita, recursos financeiros e ter gestão do nosso território. Quem gere e impõe são entidades não eleitas, os “cinzentões” técnicos. Quando queremos promover desenvolvimento interior, é preciso construir na floresta, fazer caminhos na floresta, construir as casas de banho na floresta. Estas são decisões que têm de estar nas mãos dos eleitos."
Construir na floresta uma cagadeira, estradas, hotéis, ecoresorts e apartamentos de "lixo": Ah, e mais dinheiro! Sempre o dinheiro!
3 - As perspectivas de desenvolvimento delineadas até aqui, mais aquelas que são defendidas servem para acabar com o resto. Nada se faz a pensar nas pessoas e tudo no dinheiro.
Nós somos contra a regionalização porque entendemos que as pessoas estão em primeiro lugar e mesmo os mecanismos existentes era possível fazer mais pelo desenvolvimento social. Não é pagando salários de miséria, ou recurso à contratação de mão de obra escrava. Paguem um salário justo para que as pessoas possam viver sem ter de andar a pedir a esmola do RSI. Criem oportunidades de emprego, valorizem-no! 
NÃO À REGIONALIZAÇÃO!

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