sexta-feira, 21 de agosto de 2020

OLHÃO: CADA CAVADELA SAI MINHOCA

O presidente da câmara municipal de Olhão fez circular a noticia sobre o desenvolvimento de um projecto agricola de cariz social, segundo ele, conforme se pode ler em http://www.cm-olhao.pt/destaques2/2881-olhao-introduz-agricultura-hidroponica-atraves-de-iniciativa-com-cariz-social.
A hidroponia já é praticada na região à bastante tempo não constituindo qualquer novidade. A novidade é o presidente falar na agua omitindo que as caldas de nutrientes utilizadas, finda a sementeira são despejadas onde? Sobre isso não fala.
As caldas são prejudiciais à Ria Formosa, facto que não impediu que autorizasse uma certa empresa de frutos vermelhos a jogar as caladas numa linha de agua. Toda a fruta tem a sua época e no final que fazer com as caldas? 
A Cooperativa Grow In Peace foi, oficialmente, crida a 15.11.2019 e tem como objecto o desenvolvimento, construção e exploração de soluções integradas de agricultura urbana e periurbana.
Este tipo de iniciativa já constava do programa do partido dito socialista para as eleições legislativas, quando apresentava como solução a instalação de hortas urbanas no cimo dos prédios. Mas isso é outra historia.
No fundo, isto é a eterna chico esperteza de algumas organizações ditas de índole social, para o assalto ao pote de fundos comunitários, que com o apoio das autarquias vão arrebanhando uns terrenos aqui e acolá à borla“São legumes e vegetais que serão produzidos e consumidos no concelho e, se mais tarde houver produção para tal, poderão ser distribuídos a nível regional.. A hidroponia é uma forma de agricultura com elevados custos, desde logo porque feita em estufas e toda a infraestrutura é cara, que no caso das verduras é ainda acompanhada de iluminação própria (agrolux). Quem vai fornecer tudo isso e com que dinheiro vai ser pago?
É por demais obvio que a Cooperativa vai ser ressarcida do investimento (publico), mas que encontra nos apoios sociais a fundamentação para obter o maior quinhão.
O presidente exagera ao pretender no futuro que os vegetais ali produzidos sejam vendidos não só localmente como na região; ora em 2500 m2 vai ser muito difícil conseguir isso para não dizer impossível. Diz ele: “São legumes e vegetais que serão produzidos e consumidos no concelho e, se mais tarde houver produção para tal, poderão ser distribuídos a nível regional.  Se fosse assim tão simples as empresas da região que se dedicam à hidroponia seriam capazes de abastecer a Europa inteira. O cavalheiro perdeu o tino!
Quanto aos postos de trabalho, repare-se que é preenchido através das IPSS, ou seja, com salários de miséria. Mas afinal para quem ficam os lucros?
No fundo, por detrás de tanta benevolência, está a criação de uma enorme teia que em conluio com as autarquias arranjam terrenos para produzir produtos agrícolas, com baixos salários que pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento social e com o inconveniente de acabar a poluir a Ria Formosa, numa altura em que as pessoas querem cada vez mais uma agricultura biológica.
Porque não se criam bolsas de terrenos sem dono e os distribuem a pequenos agricultores e lhes dão o apoio para poderem exercer a actividade. Já abandonaram o projecto das hortas urbanas?

 

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