Numa breve visita à Vila de Moncarapacho, encontrámos o cenário que as imagens documentam e que não se cingem a uma arvore mas a mais que como se vê, foram completamente decepadas.
As arvores agora decepadas serviam de sombreamento para as pessoas se protegerem do sol, enquanto se sentavam nos bancos e viam o desfilar de outras que se deslocavam aos Mercados.
Em tempos não muito recuados, era a Agregação de Juntas Moncarapacho/Fuzeta quem cuidava dos espaços verdes e destas arvores. Mas como o presidente da Junta pediu mais dinheiro para cumprir com os objectivos da transferência de de competências, o presidente da câmara faz-lhe a vida negra sempre que pode, mesmo que a população de Moncarapacho esteja em sintonia com o presidente da Junta.
É neste braço de ferro entre as duas autarquias que tem de ser analisado o abate de arvores, mas não só!
Da mesma forma se pode e deve analisar o Plano de Urbanização da Fuzeta, com a ideia de retirar dessa Vila, o Parque de Campismo para no seu lugar construir um eco-resort e com ele acabar com as casinhas de apetrechos de pesca dos pescadores, o marcado semanal, a feira de velharias, e qual eucalipto, secar a baixa da Fuzeta.
Nada disto é feito de forma inocente, bem pelo contrário, é premeditado!
Este tipo de situações só é possivel devido à falta de cultura politica das gerações mais novas que não sabem que podem ter formas de organização popular capazes de afrontar o poder politico quando for necessário, participando no processo de decisão, quanto mais não seja pela pressão que podem colocar nas suas reivindicações.
Estamos a falar na criação de comissões de moradores, eleitas democraticamente em assembleias de moradores em que os seus dirigentes possam ser demitidos se se desviarem das decisões tomadas pela maioria dos moradores presentes.
Eu próprio durante anos presidi a uma comissão de ocupantes que nas negociações com as entidades publicas conseguiu, sempre com o apoio das pessoas, obrigar o poder politico a realojar todas as familias.
Uma comissão de moradores de Moncarapacho, perante a situação criada pela câmara avançaria com uma providência cautelar, com efeitos suspensivos da intervenção e exigiria do poder local a manutenção das arvores de sombreamento.
Da mesma forma, é desta forma de organização e em conjunto com a Junta de Freguesia, que a população da Fuzeta pode impedir que o Pina leve por diante os seus designios de destruição da baixa da Vila.
Se bem que as novas gerações não tenham cultura politica suficiente para enfrentar o poder politico, é bom que aprendam a organizar-se democraticamente e lutar por valores e principios que andam arredados do sistema que nos vêm impondo!
DEMOCRACIA, SIM! NÃO À DITADURA!
3 comentários:
Uma verdadeira vergonha. Demonstrativo da falta de sensibilidade e atualidade dos dirigentes no que diz respeito ao cuidado ecológico que tanto apregoam. Cortar árvores de grande porte...Moncarapacho...Olhão...um crime realmente!
Não há falta de cultura política. A política de berço é que é cega e surda. Quando o amor à cor é maior que o amor à terra, está tudo dito!
Caros amigos:
Não percebo que não haja, para além do vosso desabafo, um módico de protesto sério contra a dendrofobia da Câmara de Olhão. Pode não servir de exemplo, mas em Loulé e em Faro, em situações idênticas, este tipo de crime ambiental injustificado deu azo a protestos fortes contra as autarquias, e mobilizou cidadãos contra a prática reiterada de abater e podar árvores sem qualquer critério e ao abrigo de uma visão ditatorial.
Força em defesa do ambiente e da cidadania.
Helder Raimundo.
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