Algumas pessoas, por conveniência ou por outra razão, entendem que quando nos pronunciamos pela aposta politica quase exclusiva no turismo estamos a cometer uma heresia. Claro que não somos contra o turismo mas temos uma visão diferente porque nos preocupa mais o bem estar dos nossos do que dos visitantes, embora eles nos mereçam o maior respeito.
Mas como em tudo na vida, os excessos pagam-se caro e os excessos do turismo são pagospor aqueles que menos recursos têm. Desta vez não somos nós que o dizemos. O alerta vem de Bruxelas como se pode ler em https://radioportuense.com/2019/03/04/bruxelas-deixa-aviso-turismo-em-portugal-esta-a-roubar-casas-aos-mais-pobres/?fbclid=IwAR2l1NFuWMXoHLxdQkgRT5KERM6JBiy4oR-0KWKI8pzRw_xraIbPzkkwzLk .
O texto em causa apenas identifica o caso do elevado preço das casas provocado pela procura turistica, esquecendo que os produtos alimentares, para não falar noutros, acompanham também essa evolução. E como não podia deixar de ser, são aqueles que menos recursos têm os mais atingidos.
Nunca será demais lembrar que são cerca de dois milhões de portugueses a viver abaixo do limiar de pobreza fixado pelo Poder politico e como tal não têm como pagar uma renda de casa, porque o senhorio sabe que se a mantiver devoluta durante algum tempo, logo aparecerá um turista que no Verão lhe dará mais dinheiro que o misero portuga.
É evidente que o turismo faz entrar no País muitas divisas que representam uma ajuda para o equilibrio na balança de pagamentos; também enche os bolsos de alguns hoteleiros que só pensam no lucro pagando mal e nem sempre. Mas para alimentar esses turistas também tempos de importar muito do que consomem e que os portugueses vão ter pagar o mesmo que eles embora não tenham o mesmo rendimento.
Nos ultimos anos, no concelho de Olhão, temos assistido à elaboração de projectos que têm como destinatário, quase exclusivo, o sector turistico. Recordamos alguns. O Loteamento do Porto de Recreio, a Requalificação dos Jardins, a Requalificação da Avenida 5 de Outubro, a Requalificação da Avenida 16 de Junho, o Plano de Pormenor da Bela Olhão, o Plano de Urbanização da Fuzeta e outros mais que vão nesse sentido. Esta aposta desmesurada no turismo não pode trazer nada de bom para os olhanenses com menos recursos. Pode servir aqueles que estão de barriga cheia; esses baterão palmas, tala avidez pelo dinheiro. Mas os outros vão verter muitas lagrimas quando lhes faltar um tecto ou a comida na mesa!
3 comentários:
Fala do cara ratada, da pulga avantajada do DdT, do compadrios do tijolo das falcatruas, dos contratos ...isso é que tem piada. Assuntos sérios são para ser tratados e discutidos por pessoas sérias e informadas.
A evolução paga-se, se for acompanhada com emprego para muitos os benefícios surgirão de certeza.
Caros comentadores:
Eu escrevo o que entender e não de acordo com aquilo que cada um quer ver publicado. SE alguem entende que o que aqui se escreve não tem interesse, não está obrigado a ler.
A questão do turismo tem muito que se lhe diga e como em tudo há os defensores acérrimos, os que são contra e outros que pedem um certo equilibrio.
O texto aponta os inconvenientes na aposta quase exclusiva no turismo. O emprego criado não traz grandes numeros para alem de ser sazonal, com baixos salarios ou estagios. Fora isso os beneficios para os concelhos e particularmente o nosso, são residuais. Traz algum crescimento sem duvida mas não é o desejavel. E quando se trata de degradar outras actividades para impor o turismo, algo está errado, já que não se veem incompatibilidades na co-existência com outras actividades.
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