Saiu mais um numero da revista Visão, do grupo Impresa ou seja de um dos fundadores do PSD, que pelo seu conteúdo, denota uma "encomenda" do governo com vista a preparar a opinião publica para os actos de terrorismo e sacanice que se preparam na Ria Formosa.
E quando dizemos "encomenda" é porque não será muito normal e menos natural que o Parque Natural da Ria Formosa disponha dos seus meios, que são públicos, a uma entidade privada para uma acção, que não se tratando de promoção da Ria Formosa, tenha como objectivo denegrir a luta dos moradores das ilhas-barreira.
Porque esta cambada de F.d.P que têm levado o País à ruína, incutiram o medo nas pessoas através das leis laborais, fomentando a precaridade no trabalho e a ameaça de despedimento como forma de amordaçar quem deles dependa, compreende-se que os vigilantes do Parque que acompanharam os repórteres da revista, tenham, e mesmo assim restam duvidas, prestado as declarações que se insinua pertencer-lhes.
O cordão dunar das ilhas barreira tem algumas dezenas de quilómetros e o edificado representa uma pequena parte delas, pelo que sobra espaço suficiente para a nidificação das aves, argumento com o qual se pretende justificar o malefício das construções. E se é certo que o cordão dunar faz parte da reserva ecológica, seria interessante ver como as forças que governam o espaço desta Republica de bananas, têm permitido a edificabilidade em terrenos que integram a Reserva Ecológica Nacional. Aí já não tiveram essa preocupação! Ou será que só há aves a nidificar nesta parte da Reserva Ecológica?
Curiosamente e simples coincidencia, a revista sai precisamente na véspera de uma reunião convocada de urgência pelo ministro da poluição, Nuno Morais, com os presidentes das Câmara de Faro e Olhão e os representantes dos moradores, o que por si só, é indicador de que a abordagem da Ria Formosa será, mais uma vez, parcial, deixando de fora os grandes e graves problemas da Ria Formosa.
Em Julho de 2011 dávamos a conhecer à então ministra do ambiente alguns dos problemas da Ria Formosa como se pode ler em http://polvodoalgarve.blogspot.pt/2011/07/salvem-ria-formosa.html , que remeteu à Sociedade Polis e mereceu da parte desta a resposta que pode ser vista em http://polvodoalgarve.blogspot.pt/2011/11/valentina-brinca-com-o-fogo.html mas que não se ficou por aqui, sendo até mesmo reforçdo como se pode ver em http://polvodoalgarve.blogspot.pt/2011/11/valentina-pra-fogueira.html .
Desde então para cá, que fez este bando merdoso?
Percebe-se bem as razões que levam o ministro a resumir a discussão dos problemas da Ria Formosa, ao edificado, porque estamos a quatro meses e meio de eleições e os partidos que suportam o governo sabem bem do impacto que a destruição do edificado pode ter nelas.
Então desencadeiam-se todo um conjunto de operações de charme ou propaganda com vista a reduzir o impacto das medidas terroristas da acção governativa.
O simples anuncio de dragagens acompanhadas de uma campanha enaltecedora das suas vantagens que pode induzir em erro os mais crentes, mas que nos obrigam a combater.
Na verdade, as dragagens não vão resolver, no essencial, os problemas da Ria. Desde logo porque o cordão dunar em Cacela foi literalmente destruído e não há noticia da sua reposição, assim como não há qualquer noticia de dragagens na Barra da Fuzeta, reclamada pelos pescadores daquela localidade e que até teve direito a visita da Comissão Parlamentar de Agricultura, do Mar do Ambiente do Ordenamento e Poder Local. Quanto ás dragagens neste ponto da Ria Formosa, pode dizer-se que elas estão muito localizadas com o objectivo de melhorar a navegabilidade, o que já é positivo, mas muito longe de permitir um maior hidrodinanismo, de pouco valendo, a dragagem do delta de vazante da Barra da Armona.
É óbvio que as pessoas pouco habituadas a acompanhar este tipo de problemas se sintam satisfeitas com o anuncio de dragagens, porque estão habituadas a olhar para a rama da árvore sem olharem à raiz que lhe dá vida.
Outro tanto acontece com a acção de limpeza do recovo da Culatra, com a qual concordamos mas que nos deixa muitas duvidas quanto ao que se esconde por detrás de tal medida.
Junto ao Regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa, estão incluídos os poligonos dos fundeadores a instalar na Ria Formosa. Os fundeadores a instalar evitavam que os ferros e correntes das embarcações destruíssem a vegetação de fundo, essencial não só por servir de abrigo às espécies para a desova como até para o cavalo-marinho, espécie em extinção, que junto à Fortaleza, constituía a maior comunidade do mundo. Se a Polis tinha que começar por algum lado, era precisamente com a instalação dos fundeadores previstos, até para constituírem alternativa a sítios utilizados de forma menos própria como é o caso do recovo da Culatra. No entanto, porque sabemos e está inscrito no POOC, de má memoria, que todo o edificado nas ilhas barreira é para ser extinto progressivamente e dadas as caracteristicas daquele recovo, um verdadeiro porto de abrigo natural, suspeita-se que num futuro não muito distante, possa vir a ser transformado numa marina para estranhos, que não para os pescadores da Culatra.
Conforme a evolução dos acontecimentos, poderemos em breve lançar mais algumas bicadas sobre o turismo sustentável com que nos brindam, para que se perceba bem o alcance de tudo o que vem acontecendo na Ria Formosa.
Olhar para a raiz dos problemas e deixar de ver apenas a rama, é necessário, porque o estado terrorista está aí e no seu melhor.
REVOLTEM-SE, PORRA!
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