A Câmara Municipal de Olhão com a cumplicidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, levam a efeito as comemorações do Dia da Europa, como se pode ver em http://www.cm-olhao.pt/destaques2/2674-olhao-acolhe-cerimonias-regionais-do-dia-da-europa.
Aparentemente tudo seria normal mas estamos em vésperas de um acto eleitoral para o Parlamento Europeu, o que aconselharia as instituições a terem algum recato na realização de determinados eventos e que possam ter alguma influência naquelas eleições. Vem isto a propósito de alguns eventos que se estão a desenrolar em autarquias governadas pelos socialistas não acontecendo o mesmo em autarquias de outras cores partidárias, o que não é mau mas péssimo.
E porquê este súbito interesse na Europa?
A maioria dos nossos leitores não terá a percepção de que fomos integrados compulsivamente na Europa comunitária, sem se ter feito uma discussão profunda e séria sobre as vantagens e inconvenientes dessa integração. Não fomos nós que entrámos na Europa mas a Europa que entrou por aqui adentro!
Á data da adesão à UE, a divida publica portuguesa situava-se nos 40% do Produto Interno Bruto, a riqueza criada no País; hoje essa divida ultrapassa os 120%, mais do triplo do que tínhamos antes. Coincidências ou a intenção de empobrecimento do Povo português?
A verdade é que o contributo de sectores como a Industria, a Agricultura ou da Pesca para a formação do PIB, é hoje muito inferior ao daquela época. E se atentarmos no tempo, verificamos que foram as políticas seguidas pelos partidos do arco da governação, em obediência cega às instruções de Bruxelas, que determinaram a falência daqueles sectores. Deram dinheiro para o abandono da agricultura, para o abate de barcos e para o encerramento de fabricas. Não era preciso produzir, que outros se encarregariam disso e a nós destinava-se andar de avental para servir os turistas.
E foi com base nisso que se cozinhou o "desenvolvimento" deste País, construindo estradas para que chegassem cá mais depressa e com menos custos, as mercadorias e os turistas; construiram-se casas, não para satisfazer as necessidades da população mas sim para satisfazer os visitantes.
Depois veio o euro e mais uma vez não fomos tidos nem achados para saber se deveríamos ou não integrar a nova moeda. E esta questão da moeda é demasiado importante, porque perdemos a soberania orçamental e monetária, ficando reféns dos interesses da alta finança europeia, como a Alemanha ou França.
No fundo, fizeram crer que vinha aí uma época de grande prosperidade mas o que veio foi o empobrecimento do Povo!
Foi por causa do Euro, que o País foi alvo de um resgate, não para resgatar as finanças publicas, mas para resgatar a banca que à data estava toda ela falida. O resgate tornava-se necessário para servir de suporte às políticas de austeridade que desde então estão em vigor.
É esta Europa que hoje se comemora, a Europa do empobrecimento!
Se olharmos ao leque partidário, especialmente para aqueles que sempre estão presentes na dianteira da governabilidade, verificamos que nenhum deles quer discutir essas questões, porque a terem uma atitude diferente, acabariam com os tachos da maioria deles.
Ainda ontem, num canal francês se debatia este tema, o empobrecimento do País e do Povo português após a integração europeia, mas aqui já temos os defensores da "refundação" da Europa, como se deixássemos de ser o seu parente pobre.
PELA SAÍDA EUROPA E DO EURO!
2 comentários:
Alguém me sabe explicar o porquê destas comemorações em Olhão????
Fácil entrar na armadilha, muito difícil ou impossível dela se libertar. Está tudo bem até ao dia em que o casamento termina, quantas vezes à bofetada.
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