As imagens dão-nos conta de uma intervenção para reactivação das salinas de Marim, actividade tradicional da Ria Formosa, que estavam abandonadas há muitos anos. Embora se aplauda a atitude, somos obrigados a discordar do momento e da forma como estão a ser conduzidos os trabalhos.
Na fotografia, é visível o aterro do tanque junto ao caminho, enquanto no pequeno vídeo se vê que à pala da consolidação dos taludes, estão matando toda a vegetação, em plena época de nidificação das aves.
A destruição da fauna e ou flora constitui crime ambiental, conforme diz o Código Penal, razão mais que suficiente para contestar o que ali estão fazendo, mas não só, É que para fazer aquele trabalhinho, é necessário ter o parecer prévio do ICNB, da CCDR e da ARH, para alem da monitorização dos trabalhos. As salinas integram a Zona de Protecção Especial, é um Sitio de Interesse Comunitário, razões pela qual integram a Rede Natura 2000, e é zona húmida, onde não são permitidos aterros.
Já há cerca de dois anos atraz que foi feita uma intervenção na mesma zona, a nascente da Praia de Marim, com destruição de taludes e respectiva vegetação mas a coberto do Parque Natural da Ria Formosa. Temos assim, o próprio Parque Natural da Ria Formosa a destruir zonas de nidificação de aves e a autorizar que terceiros o façam, reduzindo os habitats.
Estranhamente, o ICNB, que permite esta intervenção, é o mesmo que elaborou o famigerado Plano de Ordenamento da Orla Costeira, que define para esta área uma Zona de Protecção Total, onde é interdita a presença humana, separada destas salinas por um regato com trinta metros. Não se percebe, e haja quem explique, como é que em duas áreas separadas por escassos trinta metros, numa se pode destruir o habitat de aves e na outra, zona de viveiros de ameijoas, seja interdita a presença humana. Que poderosos interesses ocultos estão em jogo?
A canalha que tomou conta do Poder, sem consultar o Povo decide a seu bel-prazer onde, quando e como fazer ou desfazer, sendo que são sempre os mais fracos, debilitados ou os menos poderosos a pagar as politicas criminosas de quem gere a coisa publica.
Os brandos costumes a que os portugueses se habituaram ou cultivaram, têm de dar lugar a outros tipos de comportamentos se não quiserem ser esmagados por esta cafila de manhosos, que fazem leis e regulamentos que depois não cumprem, mas dos quais se servem para a domesticação do Povo.
Está na hora de lançar o grito de indignação e revolta contra quem decide contra o Povo, afinal o verdadeiro e único soberano, mas sempre marginalizado, fruto da teia urdida para contornar o obstáculo chamado democracia e que a classe dominante não quer ouvir falar.
Se não querem perder as liberdades, os direitos alcançados com muita luta e sacrifício
REVOLTEM-SE, PORRA!
1 comentário:
Se fosse, só isso, lá mais à frente junto ao mar está um aterro de lixo que é uma coisa parva, só se dá por aquilo quando se chega lá ao pé.
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