O documento apresentado em cima foi elaborado pelo IPIMAR em 2001 para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), inserido num programa que visava o impacto negativo causado pelas descargas das ETAR, nas águas da Ria Formosa.
Nele se pode constatar que se produziam mais de 7.000 toneladas ano, com uma densidade de 1,5 Kg por metro quadrado. E daquilo que vimos, hoje não se consegue mais de 0,250 Kg/m2.
Ontem, numa visita guiada a um viveiro, podemos constatar a elevada mortandade das ameijoas que até o próprio produtor foi apanhado desprevenido tal a dimensão do estrago. O viveiro situa-se junto ao canal principal, a cerca de trinta metros da boia vermelha e portanto com maior circulação de águas, que se apresentavam turvas.
As ameijoas ainda não haviam tomado o tamanho adulto e estamos em pleno Inverno, com temperaturas baixas, o que exige menos consumo de oxigénio. Porem e perante a turvação das águas, sabemos também que as plantas de fundo, a seba, não produzem oxigénio porque não realizam a fotosintese. Aliás até as plantas de fundo desapareceram, sucumbiram e pelas mesmas razões.
Infelizmente e porque a blogger não está nos melhores dias, não conseguimos reproduzir os vídeos captados no local, o que daria outra expressão, à tragédia que vitima os produtores de ameijoas, mas que oportunamente publicaremos.
A indignação e revolta do proprietario da concessão, que investiu o fruto de anos a fio passados na pesca, que investiu o dinheiro realizado com os barcos que vendeu, na produção de ameijoas pensando que iria ter uma vida melhor, vê-se agora confrontado com a ruína, levando para casa quinze euros de um dia de trabalho, e que não sabe como vai pagar a substituição das areias, da semente de ameijoa, do seguro do barco e até mesmo as licenças da ARH, a mesma entidade que habilita e promove a destruição da Ria Formosa.
Para os cépticos, para os académicos que dizem que a Ria Formosa está melhor depois das ETAR do que antigamente, lembramos que outros estudos mais antigos, patenteavam níveis de produção bastante superiores e que a Ria Formosa está atravessando a sua mais grave crise económica, social e ambiental de que há memoria.
As entidades publicas com responsabilidades na matéria, que vão desde as autarquias até à própria Ministra do Ambiente e passando pelo Ministerio Publico, devem ser apontadas as culpas da situação de fome, miséria e desespero de quem trabalha na Ria e dela procura tirar o sustento.
Todos os adjectivos são poucos para aplicar a esta canalha, bando de pulhas, que condenam o Povo ao desespero de forma criminosa e deixo já de aqui um alerta que a paciência deste Povo tem limites e um dia podem acordar com todos os esgotos directos e sem tratamento e as próprias ETAR tapadas com betão.
A revolta do Povo começa a tomar forma. Cuidem-se que não vai demorar.
MORTE AO SISTEMA!
REVOLTEM-SE, PORRA!
Sem comentários:
Enviar um comentário