A Câmara Municipal de Olhão leva a efeito no dia 1 do próximo mês as comemorações do Dia do Pescador, iniciativa que teve o seu inicio em 1997 e que, se é verdade que tem brindado alguns pescadores com medalhas o que não é propriamente o mesmo que lhes prestar homenagem, tem servido para acalmar os pescadores e mantê-los na ignorância das culpas que cabem ao município no desmantelamento da frota pesqueira do concelho.
A verdade é que nunca se ouviram os autarcas pronunciar-se sobre a situação que a pesca atravessa, as causas e efeitos e muito menos sobre soluções, bem pelo contrario. Há cerca de um ano nas instalações do museu, a Docapesca, já sob a direcção do José Apolinário, promovia um encontro para a valorização do pescado, onde para alem do próprio Apolinário e dos edis, participaram outros entidades com particular destaque para o representante do IPIMAR, que aconselhava o método de venda livre a melhor forma de valorizar o produto da pesca, algo que não interessava ao dito Apolinário, que vê na Docapesca um asilo politico a rentabilizar.
Na semana finda, o Município de Olhão de parceria com a Docapesca e a Escola Hoteleira promoveram a Semana da Cavala, ideia de um particular logo arrecadada pelos autarcas, não no sentido da valorização mas na promoção do consumo, para que a Docapesca possa facturar mais. Essa é a única verdade da Semana da Cavala.
No prolongamento do Dia do Pescador, no dia 4 nas instalações do auditório da Biblioteca Municipal, é promovida um sessão de esclarecimento/debate sobre a pesca e aquacultura, onde a abrir temos que levar com a azemula nariguda e a fechar com um autarca a quem falta espinha dorsal, pretendente a sucessor. Pelo meio, um representante do IPIMAR, que dissertará sobre a morte da ameijoa. Depois de tantos anos, afinal o IPIMAR descobriu as causas da morte dos bivalves na Ria Formosa. UM ESPANTO! E mais espantoso ainda, que tivessem convidado para orador, alguém ligado à candidatura do PSD às autarquias.
Para alem das pressões a que o referido técnico é sujeito para branquear o que se passa na Ria Formosa com a poluição, seria de bom tom que de uma vez por todas procurassem dizer a verdade, essa sim a homenagem que aqueles que vivem da Ria querem.
E para que não enganem o Povo, a poluição não é efectivamente a causa directa da morte da ameijoa mas antes a causa da eutrofização da Ria Formosa e da proliferação de agentes patogénicos que induzem os bivalves à morte, atacando-lhes o aparelho respiratorio. Qualquer pessoa compreenderá que com a subida das temperaturas, as carências de oxigénio aumentam e perante um ataque ao aparelho respiratorio, os bivalves sucumbem. É óbvio, até porque tem sido a pratica recorrente das entidades envolvidas, virem dizer que as causa são de origem patogénica sem denunciar a proveniencia do respectivo agente.
Os viveiristas devem comparecer em peso nesta sessão de branqueamento e dar as respostas adequadas a este bando de malfeitores, que se dedicam a brincar com a vida das pessoas.
E se metessem as medalhas no cu faziam melhor figura!
REVOLTEM-SE, PORRA!
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