sábado, 24 de maio de 2014

FUZETA: PELA RESTAURAÇÃO DA FREGUESIA

É já na próxima segunda-feira que se vai reunir nas instalações da ex-Junta de Freguesia a Comissão que vai encabeçar a luta pela restauração da Freguesia da Fuzeta, extinta pelo governo de traição nacional PSD/CDS e com a cumplicidade do PS.
A subserviencia do governo PSD/CDS aos ditames da troika que desgraçou o País, com o argumento da reforma administrativa, traçou a régua a esquadro, o fim de algumas freguesias, sem ter em conta as realidades das populações como aconteceu com a Freguesia da Fuzeta.
O PS não está isento de culpas nesta extinção, absurda. A cartografia editada pela unidade técnica contem erros grosseiros, retirando parte substancial do território do concelho de Olhão atribuindo-o a Faro, como retirou território às freguesias de Quelfes e Pechão, sem que a Câmara Municipal de Olhão, na altura presidida por Francisco Leal tivesse mexido um dedo para a correcção daquela cartografia.
Acontece que segundo a proposta governamental, as freguesias urbanas deveriam ser reduzidas a metade, tendo em conta determinadas condições de entre as quais a taxa de ocupação do território, que no caso da Fuzeta era de cerca dos 100%. E a da freguesia de Olhão?
Se a cartografia não estivesse errada, a taxa de ocupação do território da freguesia de Olhão era o mesmo, cerca de 100%. Todo o quarteirão entre a Avenida 5 de Outubro, a sul, e a Estrada Nacional 125, a norte, a via expresso de ligação da 5 de Outubro até à Rotunda à entrada de Olhão, a poente e a Rua da Feira passando pelo Estádio José Arcanjo, a nascente, pertencia à freguesia de Quelfes, mas com o erro passou a pertencer à freguesia de Olhão, aumentando-lhe a capacidade de expansão, ou seja diminuindo a taxa de ocupação. Um erro conveniente!
As juntas de freguesia são órgãos autárquicos de proximidade, que fazem a ponte entre as populações e o município, mal se percebendo que sejam extintas aquelas que mais dificuldade de acessibilidades e mais distantes sejam penalizadas, de tal forma que um morador na Fuzeta tem serias dificuldades de aceder à sede da nova União de Freguesias Fuzeta-Moncarapacho. 
Para alem disso as caracteristicas das povoações, das populações e da suas próprias vivências são completamente diferentes com um certo antagonismo entre elas.
Por outro lado a sede de extinção de serviços públicos pode determinar o fim de algumas daquelas estruturas, precisamente na Fuzeta, concentrando-os na sede da nova freguesia.
O erro cartográfico surgiu neste contexto como mel na sopa. O peso eleitoral da freguesia de Olhão é muito superior ao da Fuzeta e Moncarapacho apresenta-se como um feudo do PSD no concelho, estando por aí criadas as condições para que o PSD apoie a fusão das freguesias com ganhos territoriais alheios à população da Fuzeta e com o PS a manter o seu quinhão na freguesia de Olhão.
A população da Fuzeta tem de deixar de fazer o jogo sugerido pelas estratégias partidárias e gritar bem alto a sua indignação e revolta.
Em tempos a cartografia da freguesia da Fuzeta era muito mais vasta, chegando à Murteira de Baixo, a nascente, passando a 125 a norte e aglutinando uma boa parte de Bias de Sul a poente. A reposição da cartografia aos primórdios da criação da freguesia, seria o bastante para que a freguesia se mantivesse e o Povo da Fuzeta não pode nem deve baixar os braços.
Os fuzeteiros devem exigir dos partidos uma clarificação das suas posições face à sua freguesia e penalizar aqueles que defenderem a actual União de Freguesias, admitindo até o boicote a futuras eleições caso não vejam satisfeitas as suas pretensões, à semelhança do que acontece neste momento com os moradores da Culatra, um bom exemplo de unidade, luta e vitoria.
PELA RESTAURAÇÃO DA FREGUESIA DA FUZETA!
REVOLTEM-SE, PORRA!


4 comentários:

Anónimo disse...

Fuzeta novamente a freguesia? É a porca da politica a funcionar, e das negociatas que se deixaram de fazer e que " alguém " quer voltar a fazer. Será o Parque de Campismo?? Viva o Portugal dos Pequeninos!!

a.terra disse...

Caro comentador:
A freguesia da Fuzeta não foi uma criação do 25 de Abril, ela remonta a sua fundação há muitos anos e abrangia uma area muito superior à que hoje apresenta, mas a construção do Caminho de Ferro ditou a alteração da sua cartografia, não obedecendo a qualquer especie de negocio. Os negocios surgiram pelas mãos daqueles que procederam à sua extinção/fusão, com prejuizo para a população residente, população essa que quer a sua freguesia de volta não por interesses partidarios mas pela sua identidade e por ter um órgão autarquico de proximidade. Pensar que pode haver negocio com o Parque de Campismo é mostrar um completo desconhecimento da situação do Parque, uma vez que aquilo é Dominio Publico Maritimo, concessionado e como tal não pode ser alienado. Que o assusta na restauração da freguesia?

Anónimo disse...

as pessoas da Fuzeta continuam a ter a sua junta de freguesia para tratar dos seus assuntos, não sei qual a dificuldade em aceder aos serviços, continua tudo na mesma, aliás têm mais serviços á disposição (enfermeira, advogado, etc). Essa convocatória deveria ter sido feita antes da união, ai sim asa pessoas deveriam ter-se manifestado o seu descontentamento, agora já é tarde!!!!!!!!

Anónimo disse...

Os negócios que dependem ou gravitam com a existência do parque de campismo, já existiam antes desta unificação de freguesias. Como é obvio não se trata de alienar o parque de campismo, mas se sim de potenciar ainda mais alguns negócios que lá se fazem, de outros que se poderiam lá fazer e de outros que se deixaram de lá fazer.... No entanto, e se o mercado imobiliário estivesse no máximo, os poderes políticos de Lisboa, rapidamente encontrariam maneira de alienar o parque em nome da economia da região. A Fuzeta não é a Quinta do Lago, e os políticos de Lisboa não hesitariam em dar cabo de tudo em nome da promoção imobiliária.