Talvez os nossos leitores não se tenham apercebido, mas o certo é que o actual secretario de estado do ambiente, foi o anterior presidente da Aguas do Algarve e que foi promovido pelo péssimo serviço ambiental que fez enquanto tal, não nos parecendo que no actual cargo faça melhor.
Na verdade, Carlos Martins, assim se chamava a nulidade ambiental, deixou de mandar publicar as analises às aguas das ETAR de todo o Algarve, desde Agosto de 2014, como pode ser verificado em http://www.aguasdoalgarve.pt/qualidadeefluente.php.
Sabia o então presidente da Aguas do Algarve, que nós acompanhávamos e registávamos as descargas poluidoras em todas as ETAR do Algarve e muito particularmente as das que se situam na Ria Formosa.
Este tipo de publicações é obrigatório por força de um directiva comunitária e de legislação nacional, que a bandidagem que se reveza no Poder atirou para o artigo cesto (dos papeis) claro, para evitar a fiscalização da actividade criminosa que o Estado vem promovendo.
Sobre esta matéria já muito dissemos, mas um melhor e novo conhecimento, faz com que a publicação das analises adquira uma importância maior.
Na zona de intervenção da Ria foram "modernizadas" algumas ETAR, como é o caso da de Tavira, Olhão Nascente e Faro Noroeste. Com essa "modernização" a agua descarregada apresenta-se como limpida e transparente, o que não impede a sua contaminação e o grau de poluição.
É que de facto aquelas ETAR apresentam um ph bastante elevado, mais elevado por vezes do que ETAR como Olhão Poente ou Faro Nascente. E se isso não bastasse, sabe-se agora, que após uns dias de decantação, a tal agua cristalina, degenera num monte de lixo, desenvolvendo microalgas de todo perniciosas ao meio aquático.
É um dado adquirido que a única preocupação com as aguas da Ria tem a ver com a sua qualidade para o uso balnear, mas isso também tem uma explicação.
O Decreto-lei 236/98 regulava a qualidade das aguas, todas, tendo em vista o fim a que se destinavam, fossem elas para consumo humano ou da agricultura, mas também para outros uso como o balnear, piscicola ou conquicola, este ultimo, o mais importante pelo seu impacto económico e social para quem vive da Ria.
Sendo assim, a aposta na qualidade da agua para uso balnear que não para as actividades económicas tradicionais da Ria Formosa, como a produção de bivalves, peixe ou sal, define uma opção politica que se insere no processo de destruição do que ainda resta do tecido produtivo na zona.
Obviamente que é também uma forma de correr com o Povo que vive e labuta na Ria, criando as condições para que a Ria Formosa fique única e exclusivamente ao serviço do turismo.
Não se pense que é a construção de um nova ETAR que vai resolver o problema, até porque o nível de tratamento a implementar, é exactamente o mesmo que as velhas e obsoletas ETAR em funcionamento. E porque o problema não é um exclusivo da Ria Formosa, com a poluição das aguas residuais a contribuírem para a presença de fitoplancton potencialmente toxigeno em toda a costa nacional e que está na origem das constantes interdições da apanha de bivalves.
Não espanta pois, que a canalha socialista, e de outras merdas iguais, sejam os grandes defensores da nova ETAR, porque todos eles no seu conjunto se preparam para correr com o Povo da Ria Formosa e virá-la para o turismo.
Cambada de filhos da puta!
REVOLTEM-SE, PORRA!
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