Veio, nos últimos dias, a comunicação dar especial ênfase às intervenções da Polis para as quais disponibilizou 3,4 milhões.
Nãos somos contra a necessidade das intervenções, mas entendemos que numa altura em que os portuguesas continuam de cinto apertado, sem mais furos, gastar dinheiro da forma que o fazem é um absurdo só possível porque temos um Povo dormente.
Todo o cordão dunar da Ria Formosa sofreu e bem com os vendavais recentes, havendo pontos onde o risco de galgamento se agravou, mas as intervenções agendadas não passam de meros remendos em zonas especificas e nenhuma delas com uma perspectiva de futuro, para alem de serem mal preparadas, o que nos leva a suspeitar das verdadeiras razões que escondem das populações.
Desde há muito que acompanhamos as reclamações dos pescadores da Fuzeta e também os do concelho de Tavira, no que diz respeito à situação de assoreamento das respectivas barras. Só que as intervenções para as barras, apenas visam dragagens na barra da Fuzeta, com repulsão dos sedimentos para o cordão dunar na Armona-Fuzeta e na Praia do Barril.
Como já referimos por diversas vezes, e é do conhecimento geral, as areias movem-se tendencialmente de oeste para este, pelo que retirar areia da Fuzeta para a jogar no Barril, é continuar a degradação do cordão dunar da Ilha da Armona.
Esta solução, ainda que sirva os interesses dos pescadores da Fuzeta, não serve obviamente aos pescadores de Tavira. Mas mesmo no caso da Fuzeta, não é para atender às reclamações dos pescadores, mas antes, e nisso a boca do Pina fugiu para a verdade, quando disse que iria resolver o problema da concessão da praia. Ou seja, a utilização balnear sempre à frente dos problemas reais. A utilização balnear é um período de curta duração enquanto a actividade piscatória é todo o ano.
A barra de Tavira, com a areia a saltar por cima dos molhes, vai continuar assoreada, quando também ela devia ser dragada e as areias repulsadas para o Barril. Isso é que seria o correcto.
Por muito que os nossos políticos digam defender a pesca, a verdade é que eles a vêm matando aos poucos, criando dificuldades a quem dela viva. Desde a entrada na UE que a nossa frota de pesca tem vindo a ser dizimada de forma intencional, com o sector a perder peso económico e político, por duas razões. Uma, é que o Povo português é um dos maiores consumidores de peixe e ao fazê-lo escassear, assegura às grandes potências europeias de pesca a abertura de um mercado muito importante. Por outro lado, para os defensores do sector turístico, não querem ver misturados os seus clientes com os pescadores, pelo que sentem a necessidade de correr com estes últimos das frentes de mar. Essas são as razões para este tipo de intervenções, desgastando pelo cansaço quem sempre viveu da pesca para no seu lugar introduzir o elemento estranho à Ria Formosa.
Acordem!
2 comentários:
Na Ria Formosa, neste momento,não se produz 5% de bivaves ou peixe (não inclui ostras de uma
especie proibida de produzir na Ria e que se está a produzir)o Sr. Presidente da Republica; o
senhor Presidente da Assembleia da Republica e o Sr. Primeiro Ministro tem meios para mandar
investigar o que se tem passado e porque foi gasto tanto dinheiro do POVO PORTUGUES
A comparação da produção é feita em relação a 1975
Investigar MAFIA? Tenham cuidado.
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