Na sequência dos vendavais que assolaram a costa portuguesa, as ilhas barreira da Ria Formosa sofreram avultados danos apesar da desvalorização que lhes atribuiu o Ministro da Poluição, Matos Fernandes! E não foi apenas na Ria formosa, mas é daqui que falamos porque é aqui que estamos.
A ausência de uma política de defesa e combate à erosão costeira é a questão principal, acima da utilização que o Poder político tem para as praias, somente o uso balnear, porque o resto é um fait divers.
Para quem conhece a Ria Formosa e as povoações que a circundam na margem terrestre, sabe que as ruas, avenidas e terrenos, por ocasião do preia-mar ficam a um nível cada vez mais curto das aguas do mar, de tal modo que por altura dos equinócios, as aguas chegam a invadir o espaço publico. Com o passar dos anos e o nível médio das aguas do mar a subir fruto das alterações climáticas, assume particular importância a protecção das ilhas barreira.
Pensar apenas no uso balnear, aplicando remendos, que outra coisa não são as intervenções planeadas até aos dias de hoje, quando o que está em causa é muito mais do que isso, trata-se do recuo da linha de costa que urge evitar.
Compreendemos que a industria do turismo queira assentar arraiais junto das frentes de mar, mas serão as infraestruturas mais próximas da linha de agua, as primeira a sofrerem as consequências do avanço do mar em direcção à terra, cabendo por isso às entidades envolvidas nos licenciamentos desses estabelecimentos terem mais cuidado na apreciação que fazem dos processos.
Porque há defensores, e estão no seu legitimo direito, da renaturalização das ilhas barreira, lembramos que se não houver uma intervençao humana, ou seja uma artificialização, as ilhas correm o risco de desaparecer e todo o floreado que agora apresentam cairá por terra.
Curiosamente os mesmos defensores são incapazes de apontar o dedo a construções, também elas ilegais, mas de gente com mais poder, nas dunas da Ria Formosa. É que mesmo num espaço desafectado ou concessionado do Domínio Publico Marítimo, para que a construção estivesse legal, necessitaria de um Titulo de Utilização, que não têm. Exemplo flagrante é a Praia de Faro com construções de vários pisos, edificados já depois de constituído o Parque Natural da Ria Formosa.
Vir um qualquer presidente de câmara manifestar a sua grande preocupação pela falta de areia nas praias para o uso balnear omitindo as consequências do risco de galgamento e possível desaparecimento do cordão dunar, como aconteceu com a Península de Cacela, é um autêntica aberração.
Pior do que isso, é a acção de um ministro que já devia ter sido demitido por incompetência, tal o rol de asneiras que tem protagonizado. Veja-se a Barra de Tavira completamente assoreada, com a areia a galgar o molhe poente e no entanto, em lugar de dragar a barra e as areias a mais no molhe, prefere retirar da Armona para repulsar no Barril, passando pela Barra da Fuzeta, que está no meio e completamente assoreada. Vá-se lá perceber isto!
Vistas as coisas assim, e sabendo das consequências que o assoreamento das barras tem para a pesca, o que nos cabe dizer é que esta canalha que governa o País quer mesmo é acabar com as actividades tradicionais da Ria Formosa, por muito que falem na defesa dos pescadores.
CANALHAS!
1 comentário:
Desde do tempo daquele que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas qual defesa dos pescadores, qual quê? Defesa a todo o custo, sem olhar a meios dos interesses mafiosos embrulhados nalguns argumentos verdadeiros. Sejam felizes na paz da MAFIA.
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