A Aguas do Algarve veio anunciar que vai fazer obras nas Estações Elevatórias da Associação 11 de Março e na do Mercado, como se pode ler em https://regiao-sul.pt/2018/08/31/ambiente/aguas-do-algarve-investe-na-reabilitacao-de-sete-estacoes-elevatorias-de-faro-e-de-olhao/445876.
Desse anuncio se aproveitaram uns pulhas para enganar as pessoas fazendo crer que o problema dos esgotos directos para a Ria estava resolvido, pelo que até agradeciam a "ajuda" de outra entidade que não da câmara municipal de Olhão.
A Estação Elevatória da Associação 11 de Março quando colapsa, descarrega no topo norte do Porto de Pesca, através do colector de aguas pluviais; já a dos Mercados está dotada de um dreno, jogando logo ali. Nenhuma das duas tem influência nas descargas a que assistimos todos os dias junto ao Cais T ou dentro do Porto de Recreio.
Convém também esclarecer que as descargas da EE da 11 de Março, só quando colapsa é que descarrega, mas o que vemos no Porto de Pesca é diário, pelo que, embora reduza, não vai resolver o essencial do problema.
Ainda assim também aplaudimos a obra, que só peca por tardia e insuficiente, já que as EE de Bias e da Fuzeta apresentam idênticos problemas, mas estas estão fora dos olhares indiscretos da maioria da população.
O problema dos esgotos directos é muito mais amplo e da responsabilidade única e exclusiva da câmara municipal de Olhão, que finge não saber do que se passa, mas dentro em breve vai ser obrigada a reconhecê-lo.
Num passado não muito longínquo e também no presente, foram muitos os esgotos domésticos que foram ligados à rede de aguas pluviais, porque por um lado a autarquia dizia não ter meios para proceder à ligação à rede deixando ao critério do construtor essa ligação, e por outro porque para o construtor, obviamente saía mais económico a rede que estivesse mais perto.
A Câmara sempre o soube e continua a saber e a permitir, não mostrando o mais pequeno interesse em resolver o problema.
Mas o Povo de Olhão sabe que a generalidade da rede de agua está extremamente envelhecida, com frequentes roturas. pelo que mais dia menos dia, terá de ser substituída. Ninguém diz que a autarquia o faça num dia, ano ou mandato, mas a verdade é que necessita de elaborar um plano de curto, médio e longo prazo que permita esventrar a cidade e corrigir as redes de aguas, de aguas pluviais e de esgotos domésticos, assim como as infraestruturas de electricidade e telecomunicações, evitando o triste espectaculo a que assistimos um pouco por toda a cidade.
Sem isso, porque mais que os pulhas defequem pela boca, o problema dos esgotos directos sem qualquer tratamento não será resolvido.
Tão pulha é o pai como o filho!
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