Catorze, é o numero de pessoas notificadas para a tomada de posse administrativa das respectivas casas na Ilha da Armona com data prevista para a próxima quinta-feira, dia 4 de Outubro. De entre elas, já podemos anunciar os números de algumas casas a demolir que são: 63,121, 300, 410, 412, 429,468, 481, 614, 656, 699.
Para alem do curto prazo, quase impeditivo de as pessoas meterem uma providência cautelar com efeitos suspensivos ou para retirar os seus objectos e mobiliário, outras questões se levantam.
Há uns meses atrás formos informados de que a Câmara Municipal de Olhão havia contratado uma empresa de construção para proceder àquelas demolições, não se sabendo à data quantas seriam, tendo ficado a aguardar instruções.
Quando o Pina invocou a existência do camaleão para proteger a casa da família no Farol, ignorava que um dia podia vir a ser confrontado com uma situação semelhante e talvez até com mais substancia, porque na Ilha da Armona ainda existe uma mancha de mata onde habita o bichinho.
Pior do que isso, foi arvorar-se em oposição às demolições e agora ser ele o próprio "demolidor" adjectivo que utilizou para apontar o dedo ao presidente da Polis na altura, que só o era por inerência do cargo que ocupava enquanto funcionário da administração.
Não podemos dizer que morríamos de amor pelo anterior "demolidor" tal como não morremos por este. E da mesma forma que este exigiu a demissão daquele, penso ser natural que ao Pina se deve exigir o mesmo, pedindo a demolição da casa de família, tão ilegal quanto as que agora se propõe demolir.
Invocando a ilegalidade ou falta de condições de habitabilidade sem que se saiba quais os critérios seguidos, o Pina esquece ou omite propositadamente que quem tem praticado mais ilegalidades na Armona é a Câmara a que preside, autorizando construções onde não podia nem devia, reservando para os amigos ou por interesses um conjunto vasto de lotes. Mas as ilegalidades da autarquia na câmara não se cingem a isso já que cobra a taxa de saneamento das aguas residuais quando não há ligação à rede publica de esgotos nem procede à limpeza das fossas existentes e que são só cerca de 900, as quais contribuem para a poluição da Ria Formosa. Sabe ou devia saber o Pina que a cobrança indevida de taxas constitui crime mas ainda insiste na sua cobrança.
Voltando ao assunto das demolições, lembramos que esta é apenas a primeira fase, num processo em que se prepara a divisão das pessoas para evitar uma contestação mais forte. E como sempre virá a justificação da necessidade de proceder a estes "ajustamentos" para que seja possível a renovação da concessão, outra manobra de divisão em que aqueles que não sentirem o espectro das demolições não se juntarão aos outros.
Esquece é que sem esgotos não há renovação da concessão da Ilha da Armona, e esses estão encalhados há mais de 30 anos!
Cabe às pessoas juntarem-se e organizarem-se para que possam lutar contra as demolições ordenadas pelo demolidor Pina, presidente da câmara municipal de Olhão!
2 comentários:
Eu acho que o presidente da cmo não deve pedir a demolição da casa da família, devia era se demitir de qualquer cargo na polis, ou outro organismo que o leve a ter que tomar posições contraditórias em relação a outras tomadas no passado, precisamente pela família ter uma casa na ilha do Farol à quase 50 anos, e porque tanto há camaleões no Farol como na Armona. Quanto ao tema das demolições, pois ainda não percebi se o que é ilegal pode ser legalizado ou não? Porque o que eu deduzo é que a grande maioria das casas das ilhas são para ir abaixo nos próximos anos. Primeiro porque o ministro do ambiente e outros comparsas defensores da causa, já anunciaram que a situação das casas é para ser revista de 3 em 3 anos. Em segundo lugar nos próximos 10 anos Portugal vai receber biliões de euros de fundos, parte deles para reformular a costa à medida dos interesses económicos de alguns em oposição aos interesses dos mais ou menos ilegais das ilhas e daqueles com fracos recursos para as frequentarem aquando da proliferação do luxo na nossa costa e ria!
O Pina não é só presidente da câmara de Olhão, ele também é vogal do Conselho de Administração da Sociedade Polis Algarve e costuma faltar às reuniões deste conselho de administração quando é decidido demolir casas para não ser acusado de ser conivente com as demolições.
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