A Câmara Municipal de Olhão e o seu presidente não têm o mínimo interesse em acabar com os esgotos directos, sem qualquer tratamento, para a Ria Formosa, poluindo-a e degradando o ecossistema.
Tanto assim é que, através da sua empresa municipal, a Ambiolhão da qual o Pina é presidente também. celebrou um contrato para limpeza e inspecção vídeo dos colectores de saneamento de esgotos e pluviais, como se pode ver em http://www.base.gov.pt/Base/pt/Pesquisa/Contrato?a=6152343 .
Saber se as infraestruturas de saneamento estão operacionais para a época de chuvas que aí vem, é importante mas mais importante é o facto de se saber onde estão as tais ligações ditas clandestinas de esgotos à rede de aguas pluviais, mas para isso não há dinheiro ou talvez pior não há interesse.
Se a autarquia estivesse realmente interessada, celebraria um contrato com uma empresa, que até podia ser a mesma, para procurar as tais ligações. Há anos atrás fizeram-no mas de forma parcial, essencialmente na Rua 18 de Junho, o que de pouco serviu.
O impacto da poluição provocada pela descarga dos esgotos directos é tal, que toda a zona de produção de bivalves na frente ribeirinha foi desclassificada para classe D, pelo que é proibido até tratar dos viveiros dessa zona e menos ainda apanhar as ameijoas. Mas mais, a zona costeira, desmentindo as teorias inventadas pelo IPMA de que a poluição se restringe a uma distancia de quatrocentos metros, também está classificada como sendo de classe B, ou seja a contaminação fecal já chega à costa.
O que estranha é não ver as associações socioprofissionais e empresariais ligadas à pesca não tomarem nenhuma atitude face à desclassificação de zonas de produção.
A totalidade das zonas de produção atinge os 4,5 milhões de metros quadrados e se a qualidade ecológica das aguas fosse boa, podia conseguir-se 120 unidades por m2, ou seja, dois Kg/m2. Façam as contas e vejam a enormidade das mais valias, locais, e da sua importância. E ver como em vésperas de Natal, um produtor apanhou ameijoas que para fazer um quilo apenas lhe bastaram 16 unidades!
É óbvio que os produtores de ostras não têm qualquer interesse em combater a poluição porque ao mesmo tempo que ela mata a ameijoa, liberta terrenos para a produção de ostra. E sendo o presidente um dos maiores produtores de ostra, conseguindo-o com recurso a dinheiros públicos, e ganancioso como é, não tem qualquer interesse em resolver o problema.
Para isso conta com a cumplicidade dos organismos oficiais. Um nojo! Nojo desta cambada que domina o País.
ATÉ UM DIA!
2 comentários:
Os produtores e familiares de ameijoas continuam calmos sem qualquer contestação pública os eleitores de Olhão deram maioria ao actual executivo.
Conclusão; ou comem todos na mesma panela ou são sonâmbulos.
Sejam felizes!
Pois como é eles vão reclamar se todos os dias trazem as ameixoas e ostras com toxinas fecais para terra e as vendem, por isso o calado ganha.Isto é vergonhoso e um atentado a saúde pública ninguém consegue ver.
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