quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

RIA FORMOSA: DEMAGOGIA E HIPOCRISIA POLITICA

Um conjunto de deputados ditos socialistas no parlamento nacional, avançaram com um comunicado dizendo que questionaram o ministro faltoso, sobre a nova concessão do viveiro para a Bivalvia, como se pode ler em https://regiao-sul.pt/2019/12/04/politica-eleicoes/deputados-do-ps-questionam-governo-sobre-instalacao-de-aquicultura-na-ria-formosa-contestada-por-mariscadores/482920?fbclid=IwAR1zracP80C3uMz6N5ZPRhMJvwFzTMX6BtDnarpXHlMsDueH8rUKcVPu5HA .
Nós já andamos nisto há demasiados anos para percebermos que se trata de uma manobra de demagogia e hipocrisia políticas, ou não fossem os ditos deputados da mesma cor que o governo do ministro, o mesmo que tem a tutela da DGRM. A tomada de posição dos falsos socialistas surge no contexto da contestação que se gerou em torno da concessão e não porque sentissem que o que estava em causa era um crime ambiental, já que equivale a dizer que instalar um viveiro de ostras num banco natural de ameijoas, não é mais do que condenar ao desaparecimento daquela espécie.
Então porque razão, tão tardiamente tomaram tal posição? Ou será que alguém com interesses no local lhes soprou aos ouvidos? A verdade é que com a dimensão da concessão, ela fará fronteira com um dos viveiros do presidente da câmara municipal de Olhão que a encara com apreensão, já que a quantidade de oxigénio e alimento que as ostras consomem podem provocar o desequilíbrio do ecossistema. Ao Pina assiste-lhe esse direito mas também devia lembrar-se que a Ria Formosa é um Parque Natural onde as espécies exóticas, como as suas ostrinhas, não deviam entrar. E que o conjunto de concessões que já detém também têm uma dimensão apreciável.
Por outro lado, o comunicado dos deputados ditos socialistas, como já vem sendo habitual, é uma manobra divisionista ao defender apenas os produtores/mariscadores da Culatra omitindo todos os outros que vivem e labutam na Ria Formosa. Não pode um governante reinar para satisfação de partes. As medidas devem ser abrangentes.
A atitude dos deputados ditos socialistas visa fins eleitorais, conquistando a simpatia das gentes da Culatra, mas esquecem que estes também vão perceber a manobra. Os moradores da Culatra ao longo da sua existência têm conseguido muitas vitorias porque são um Povo unido, falando a uma só voz e delegando a sua representatividade em quem os defenda. Não se deixam ir em cantigas hipócritas e demagógicas.
A Ria Formosa é de todos os que nela trabalham, e neste momento são muitos os que são prejudicados pelo Estado, o causador da poluição que proíbe zonas de produção, onde foram enterrados centenas de milhares de euros, mas sobre isso os deputados não têm uma única palavra.
E se fossem todos à bardamerda? 

3 comentários:

Anónimo disse...

O srº José Apolinário Nunes Portada resolve esse problema,é tudo uma questão de tempo.
Ninguém pode duvidar porque uma maioria votou no partido que governa este país.

Anónimo disse...

Este diálogo deve-se a Eça de Queiroz. Sobre o Portugal de então:
O povo paga e reza.
Paga para ter ministros que não governam,
Deputados que não legislam (…) e padres que rezam contra ele. (…)
Pagam tudo, pagam para tudo. E como recompensa dão-lhe uma farsa.
Estávamos, em 1872.

Anónimo disse...

«Desta vez, conseguimos ter conhecimento deste plano e ainda temos tempo para reagir. Quem sabe que outras intenções empresariais estão a ser arquitectadas para a Ria Formosa», desabafa a presidente da direção da AMIC.
Ora aqui está o problema já resolvido como vão ter tempo para reagir o governo socialista vai voltar atrás.
Parabéns!