Aquando da exibição do filme sobre o cavalo marinho, que supostamente contaria com a presença do ministro do mar mas não compareceu, sendo substituído pelo seu representante para o sector das pescas, José Apolinário, perante o protesto dos produtores de bivalves presentes, foi agendada uma reunião para o dia de hoje.
Mas os canalhas sabem como se faz para desmobilizar uma contestação e a melhor forma é de facto marcar uma reunião sem, contudo, ter ideia de a fazer.
Na altura, apenas se colocava a situação da zona de produção de Olhão 3 e dos seus cerca de cento e sessenta viveiristas. Os mariscadores, aqueles que não têm terreno e apanham a ameijoa nos baldios não entraram no rol.
Dali para cá, foi divulgada a concessão de uma área tão vasta quanto dez campos de futebol, cem mil metros quadrados, para a produção de ostra, no sitio designado por AREAIS, um banco natural onde os mariscadores apanhavam a ameijoa de semente. E convém lembrar que sem semente não há adultos!
É neste contexto, agora agravado, que iria decorrer a reunião, mas que os patifes com capacidade de decisão resolveram adiar sine die, não fossem as coisas dar para o torto, já quem primeiro lugar, a DGRM deveria suspender todos os processos de candidaturas até à resolução do problema. A DGRM tinha a obrigação de chamar a si todos os produtores com concessões em Olhão 3, mais os de Olhão 1, também classificada como sendo de classe C, e atribuir-lhes novas concessões, uma compensação pelos terrenos que agora não podem sequer cuidar.
Mais, os responsáveis políticos, uma autentica canalha, se estivessem de boa fé, ajudavam os produtores a apresentar candidaturas a fundos comunitários para refazer os seus novos viveiros, porque aquilo tem custos. Cada metro quadrado de viveiro, entre areia e calhau rolado, custa cerca de cinco euros e os produtores estão descapitalizados pela paralisação que enfrentam há meses.
Por outro lado, as novas concessões jamais seriam concedidas em zona de bancos naturais porque é daí que vem a semente, isto se o objectivo não fosse a liquidação da produção de ameijoa!
Da mesma forma, deveriam ser criadas zonas distintas para a produção de ostras e de ameijoa, sendo que o IPMA deveria definir a capacidade de carga da produção das diversas espécies, estabelecendo um quadro de densidades para cada uma delas. Aliás, no livro do FORWARD e que poderão consultar em http://goodclam.org/book/Forward_Book_EN.pdf e sem tiverem duvidas poderão ainda consultar o Plano da Polis em http://www.polislitoralriaformosa.pt/plano.php?p=6 , pode ler-se que a densidade desejável para a produção de ameijoa se situa nas cento e vinte unidades por metro quadrado. Quanto à ostra, nada é dito! Diga-se ainda que a versão em português está desaparecida, mal se percebendo porque se gasta dinheiro num edição em inglês, a não ser pelo facto de se tratar de uma forma de evitar conflitos com a UE.
Mas voltando ao assunto dos produtores, chamamos a atenção para o facto da discussão publica no site da DGRM acabar no próximo dia 13, pelo que não se deverá realizar nenhuma reunião antes disso. Por isso apelamos a todos que levantem objecções na pagina daquela entidade em https://www.dgrm.mm.gov.pt/web/guest/discussao-publica1
Não à ocupação dos bancos naturais por viveiros de ostras!
2 comentários:
Por favor, deixem de acreditar em políticos, defendam o que é vosso!
Esperança para ver o final do Triunfo dos Porcos.
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