sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

RIA FORMOSA: A FALÊNCIA DA AQUACULTURA E A AMEIJOA

A aquicultura em Portugal é uma forma de obrigar os portugueses a comerem peixe de aviário. Para que ela vingue, torna-se necessário a imposição de condicionamentos e restrições à pesca tradicional. Apesar disso, a aquacultura no nosso País está condenada à falência, com honrosas excepções, como a ameijoa!
Como se pode ler em https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/a-aquicultura-como-alternativa-na-oferta-de-pescado/, ao longo dos anos foram gastos mais de trezentos milhões de dinheiros públicos, sim porque os fundos comunitários são públicos, mas os resultados deixam muito a desejar e pior ainda a qualidade inferior daquilo que nos querem obrigar a comer.
As restrições à pesca, são impostas debaixo do manto do estado dos stocks das mais variadas espécies, onde existem graves contradições entre aquilo que é observado no dia-a-dia pelos pescadores e os relatórios de entidades sediadas no estrangeiro.
É a UE quem decide as restrições e a forma como nos devemos alimentar, obrigando-nos a consumir produtos de alguns países com melhor aptidão para a aquacultura, ainda que produzido em aguas contaminadas de que é exemplo o salmão vindo da Noruega.
Outro aspecto a ter em conta, e não somos nós que o dizemos, que a maior fatia do bolo da aquicultura portuguesa é a ameijoa-boa da Ria Formosa
Não se diz no texto quanto já se disponibilizou de fundos comunitários para a produção de ostras, mas foram muitos. Para a produção de ameijoa, nem um cêntimo de dinheiros públicos, o que a coloca em desvantagem.
Portugal é demasiado pequeno para a UE e esta soçobra perante os interesses dos franceses, a quem dá os fundos para se instalarem na Ria Formosa, mas nega-os aos produtores de ameijoa e pior do que isso, presenteia-os com a poluição.
É que por mais de uma vez que foram feitas queixas à UE, e está em curso mais uma, por contaminação fecal provocada pelos esgotos directos e esta finge que não vê ou não sabe. Sob a égide da Polis foi elaborado um livro em inglês para eventuais conflitos com a UE, onde os nossos prodigiosos cientistas conseguiram explicar que a contaminação não era dos esgotos mas das escorrências da agricultura. Entidades publicas e cientistas pagos para mentir ou omitir a realidade da Ria Formosa no que à poluição diz respeito.
Mas a ameijoa, apesar de todos os crimes cometidos contra ela e contra os seus produtores, vai sobrevivendo e continua rainha de uma actividade que o próprio Estado tenta assassinar, autorizando, permitindo a produção mista de ameijoas com ostras como se estas não fossem também elas poluidoras.
A produção de ostras, feitas em parcelas já com alguma dimensão, mas que no seu conjunto ocupam um espaço significativo, deveria ser submetida a uma Avaliação de Impacto Ambiental.
Nada é feito e o principal criminoso nesta matéria e zona é o próprio presidente da câmara, ao manter os esgotos directos e sem qualquer tratamento a poluir e matar a ameijoa. De tal forma assim é que, a zona Olhão 3 está interdita a produção e manutenção dos viveiros, e como se isso não bastasse ainda querem criar uma zona de protecção aos esgotos o que vai destruir mais de cento e sessenta viveiros.
A Ria Formosa tem quatrocentos e cinquenta hectares de viveiros, que segundo o IPMA, deveriam apresentar uma densidade de 120 unidades por metro quadrado, o equivalente a dois quilos. Ou seja, a produção de ameijoa na Ria Formosa poderia atingir as nove mil toneladas por ano com um valor de mercado superior a mais de cento e vinte milhões de euros.
Uma aquicultura falida a matar uma actividade de excelência. É o País entregue a um bando de canalhas, de pulhas que apenas olham para o seu umbigo e esquecem o Povo.
Merda para esta gente toda!

1 comentário:

alberto lopes disse...

Pelos vistos o presidente da câmara é parte da orquestra dos vendilhões do templo.
Essa é a característica de todos os traidores.
Enquanto beneficia os colonialistas europeus, condena os seus conterrâneos à mingua.
É esta a Europa do PUTEDO com lambe botas em S.Bento, (como muito bem dizia Arnaldo Matos),
e («A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-à miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista.» como dizia Natália Correia.