Recomeçou, ontem, a funcionar o Mercado de Terrado, nas traseiras dos Mercados de Olhão, depois das obras. Para alguns está muito bom, para outros nem por isso, o que é normal.
Não se poderá dizer que está melhor ou pior, dependendo essa abordagem da forma como se vê a essencia dos Mercados, outrora como centro de comercialização de produtos horto-fruticolas, carnes e peixe, hoje mais virado para fins turistricos com estabelecimentos de cafetaria ou restauração. Sendo assim, o que será melhor para uns não tem de ser o melhor para todos, ou para a maioria.
A zona envolvente dos Mercados tem como antecedentes, a proposta, chumbada, de um só sentido na 5 de Outubro, havendo quem defendesse o fim do transito naquela artéria; com a requalificação da 5 de Outubro e apenas com a visão da exploração turistica, muitos foram os lugares de estacionamento suprimidos; alguns estabelecimentos foram convertidos para fins turisticos, descaracterizando a actividade tradicional.
O Mercado do Terrado, que de há muitos anos se realiza todos os sabados de manhã e são um fonte de atracção turistica de tal ordem que até a associação de guias se propunha trazer excursões de turistas para visitar os Mercados; mas a sua actividade foi interrompida por força das obras.
Entretanto esqueceram-se de avisar os produtores; perante a contestação sentiram-se na necessidade de arranjar um outro espaço, o Parque do Levante, para o realizar temporariamente e que ao fim de quinze dias passaria para o novo parque de estacionamento a construir no Largo da Feira. Trapalhadas, umas atrás de outras!
Mas finalmente as obras chegaram ao fim e com isso regressaram os produtores, que apesar do espaço, vêm metade num sabado e a outra metade no sabado seguinte. Quanto ao funcionamento no interior, as cargas e descargas têm de ser feitas até às 09:30, o que vai condicionar e muito a actividade no interior.
Claro que ninguem de bom senso, teria a coragem de em vesperas de eleições anunciar que o futuro dos Mercados passa pela sua reconversão. Não o dizem, mas pensam. Vão é dificultando as condições de trabalho aos operadores até eles se cansarem e desistirem.
Do ponto de vista estético-paisagistico e a nova funcionalidade de lazer que as obras trouxeram, as obras têm o seu mérito, mas já não podemos dizer o mesmo quanto àquilo que é a essência dos Mercados, a venda de produtos horto-fruticolas, carnes e peixe.
Os Mercados só continuam, nem sequer é pela posição dos operadores, mas porque se trata de uma tradição a deslocação semanal da população de Olhão e arredores, que perante a possibilidade do fim do mercado, protestaram e bem. Foi isso que obrigou a câmara e a sua empresa municipal a voltar atrás. Logo o futuro dos Mercados passa por aquilo que o Povo de Olhão ditar, Têm é que interiorizar que quem deve ter medo é o Poder politico e não o Povo. O Povo tem tudo para correr com a canalha que o explora e rouba tudo que tenha uma raiz popular!
Vale a pena lutar pelos Mercados.
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