sexta-feira, 15 de abril de 2022

OLHÃO, ALGARVE, PORTUGAL: QUEM NOS ACODE?

 Estão  a decorrer umas comemorações do 25 de Abril quando as conquistas dele resultantes estão cada vez mais restringidas e de entre elas a liberdade de opinião e de expressão.

A sociedade portuguesa, e mundial, é do tipo piramidal, com uma base bastante larga constituida na sua maioria por classe trabalhadoras ou sem rendimentos enquanto no topo se encontram meia duzia de pessoas que detêm a maior fatia da riqueza do País.

Numa altura em que se fala muito de oligarcas, as pessoas não se lembram daqueles que enriqueceram à pala do Estado, com as transferências de bens e serviços por tuta e meia para depois os alienarem por N vezes mais.

São as grandes fortunas que detêm ou influenciam os órgãos de comunicação social e os seus comentadores para defenderem o modelo económico que lhes permite o enriquecimento rápido e facil enquanto empobrecem quem trabalha. A comunicação é essencial para manter o sistema de exploração, abafando o sentimento de revolta que vai larvando no seio dos mais frageis.

Os governos estão refens do poder económico/financeiro, alimentando a ganância dos grandes senhores.

A democracia representativa serve apenas para tentar evitar que surja uma revolução, fazendo alternar a governação sempre que surge um descontentamento popular maior. Mudam-se as figuras mas as medidas politicas prosseguem como se nada se passasse. E na politica externa, então não há qualquer alteração.

A pandemia foi o processo escolhido para censurar todas as opiniões divergentes ou não coincidentes com a versão oficial. Para alem da censura das próprias redes sociais, foram mesmo as pessoas a praticá-la, como fieis servidores do sistema; a guerra veio aumentar ainda mais aquela censura, rotulando, todos aqueles que tenham uma visão diferente do conflito, de pertencerem ao outro lado, reeditando o pensamento do regime deposto em Abril de que "se não estás do meu lado, está contra mim".

A "inflação" veio acentuar ainda mais o fosso entre ricos e pobres, assistindo-se ao empobrecimento generalizado da população como se o aumento dos preços de bens e serviços não fossem fruto do tipo de economia que vem sendo defendido.

Muitos dos produtos que vemos subirem de preço, de entre os quais os alimentares, não fossem fruto de produção anteriores à guerra. A desculpa é a bolsa de futuros que, prevendo uma futura quebra de fornecimentos, antecipa desde logo o aumento dos preços, deixando para no momento certo os aumentar novamente.

E o que fazem os governos do capital? Nada! Impavidos e serenos, porque eles estão lá para defender os interesses do grande capital, o mesmo que vai comprar na bolsa os bens de primeira necessidade. Premeia-se a ganância!

A situação de fome e miséria vai acentuar-se e muito, em breve. Será que o nosso Povo tem razões para comemorações ou para lutar? Quem nos acode? 


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