terça-feira, 12 de junho de 2012

RIA FORMOSA CONTAMINAÇÃO DAS OSTRAS?

Agora não se trata apenas da morte da ameijoa boa mas também das pérolas com que as entidades oficiais procuram branquear os crimes cometidos contra o ecossistema da Ria Formosa. Na verdade, as entidades envolvidas na gestão do Parque Natural da Ria Formosa e dos assuntos do mar, o ICNB, a ARH, a CCDR, o IPIMAR e tantos outros, sabedores de que as ostras são bivalves filtrantes e que poderiam servir de bio-indicadores da qualidade da agua da Ria Formosa, têm argumentado com a riqueza da produção de ostras, mas omitem deliberadamente a elevada taxa de mortalidade de juvenis, havendo mesmo quem se queixe que poderá atingir os 80%.
As semente de ostra são importadas e nem sequer deviam dar entrada na Ria Formosa e muito menos quando não são acompanhadas do respectivo certificado sanitário e nem sequer é dado conhecimento à Autoridade Nacional de Veterinária. Sem uma vistoria preliminar dos serviços veterinários ao estado sanitário das ostras é bem provável que as mesmas entrem no País e na Ria Formosa doentes, contaminando as já existentes.
A elevada taxa de mortalidade dos juvenis tem de ter uma explicação que o IPIMAR tarda a dar, ou melhor dizendo, encobre, não vão os seus responsáveis perder os tachos pois estão envolvidos nomes com algum peso na politica regional.
António Miguel Pina, vice-presidente da Câmara Municipal de Olhão e filho do anterior director regional da educação, ex-governador civil e actual responsável pelo Turismo de Portugal-Algarve, tem uma sociedade com o vereador do ambiente Carlos Martins para a produção e comercialização de ostras, sendo os maiores produtores da Ria,que ocupam ilegalmente os terrenos, nunca apresentaram um certificado da autoridade veterinária, pura e simplesmente porque nunca a contactaram, cientes do seu poder e da impunidade dos titulares de cargos políticos. Tal como para as bancadas das ostras, estes dois apresentaram uma candidatura ao PROMAR para a compra de um barco novo, esquecendo que ambos fazem parte da autarquia que gere aquele programa.
Quase todas as entidades têm conhecimento do que se passa, mas o silencio cúmplice de João Alves do ICNB e de Valentina Calixto da ARH é escandaloso. A omissão do IPIMAR é criminosa, preocupando-se, antes, em acções de branqueamento dos crimes cometidos por outras entidades publicas e que não fazem parte da sua razão de existir.
Porque razão estes crapulas podem fazer tudo quanto querem e a outros de pleno direito lhes é recusado em igualdade de oportunidades com os demais? Porque são uns obrigados a pagar taxas dos viveiros licenciados e os ilegais não pagam? É por serem titulares de cargos políticos? Porque a uns se exige a autorização da autoridade de veterinária para a importação de ostras certificadas e a outros não?
Os verdadeiros viveiristas da Ria Formosa devem revoltar-se contra a escumalha que nos impõe este tipo de situações, organizando-se em verdadeiras associações que não as fantoches apradinhadas e promovidas pelo regime.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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