Agora não se trata apenas da morte da ameijoa boa mas também das pérolas com que as entidades oficiais procuram branquear os crimes cometidos contra o ecossistema da Ria Formosa. Na verdade, as entidades envolvidas na gestão do Parque Natural da Ria Formosa e dos assuntos do mar, o ICNB, a ARH, a CCDR, o IPIMAR e tantos outros, sabedores de que as ostras são bivalves filtrantes e que poderiam servir de bio-indicadores da qualidade da agua da Ria Formosa, têm argumentado com a riqueza da produção de ostras, mas omitem deliberadamente a elevada taxa de mortalidade de juvenis, havendo mesmo quem se queixe que poderá atingir os 80%.
As semente de ostra são importadas e nem sequer deviam dar entrada na Ria Formosa e muito menos quando não são acompanhadas do respectivo certificado sanitário e nem sequer é dado conhecimento à Autoridade Nacional de Veterinária. Sem uma vistoria preliminar dos serviços veterinários ao estado sanitário das ostras é bem provável que as mesmas entrem no País e na Ria Formosa doentes, contaminando as já existentes.
A elevada taxa de mortalidade dos juvenis tem de ter uma explicação que o IPIMAR tarda a dar, ou melhor dizendo, encobre, não vão os seus responsáveis perder os tachos pois estão envolvidos nomes com algum peso na politica regional.
António Miguel Pina, vice-presidente da Câmara Municipal de Olhão e filho do anterior director regional da educação, ex-governador civil e actual responsável pelo Turismo de Portugal-Algarve, tem uma sociedade com o vereador do ambiente Carlos Martins para a produção e comercialização de ostras, sendo os maiores produtores da Ria,que ocupam ilegalmente os terrenos, nunca apresentaram um certificado da autoridade veterinária, pura e simplesmente porque nunca a contactaram, cientes do seu poder e da impunidade dos titulares de cargos políticos. Tal como para as bancadas das ostras, estes dois apresentaram uma candidatura ao PROMAR para a compra de um barco novo, esquecendo que ambos fazem parte da autarquia que gere aquele programa.
Quase todas as entidades têm conhecimento do que se passa, mas o silencio cúmplice de João Alves do ICNB e de Valentina Calixto da ARH é escandaloso. A omissão do IPIMAR é criminosa, preocupando-se, antes, em acções de branqueamento dos crimes cometidos por outras entidades publicas e que não fazem parte da sua razão de existir.
Porque razão estes crapulas podem fazer tudo quanto querem e a outros de pleno direito lhes é recusado em igualdade de oportunidades com os demais? Porque são uns obrigados a pagar taxas dos viveiros licenciados e os ilegais não pagam? É por serem titulares de cargos políticos? Porque a uns se exige a autorização da autoridade de veterinária para a importação de ostras certificadas e a outros não?
Os verdadeiros viveiristas da Ria Formosa devem revoltar-se contra a escumalha que nos impõe este tipo de situações, organizando-se em verdadeiras associações que não as fantoches apradinhadas e promovidas pelo regime.
REVOLTEM-SE, PORRA!
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