OLHÃO POENTE
MÊS
|
QUIN
|
CBO5
|
CQO
|
SST
|
Pt
|
Nt
|
FEV.
|
1ª
|
34
|
-
|
57
|
6,9
|
49
|
|
2ª
|
19
|
-
|
107
|
6,8
|
47
|
MARÇO
|
1ª
|
28
|
-
|
83
|
7,0
|
40
|
|
2ª
|
7
|
72
|
105
|
7,0
|
46
|
MAIO
|
1ª
|
24
|
-
|
81
|
6,4
|
39
|
|
2ª
|
18
|
115
|
52
|
6,4
|
37
|
JUNHO
|
1ª
|
17
|
-
|
53
|
6,8
|
42
|
|
2ª
|
16
|
-
|
80
|
7,4
|
42
|
SET
|
1ª
|
9
|
139
|
92
|
7,1
|
40
|
|
2ª
|
11
|
-
|
77
|
7,5
|
40
|
JAN
|
1ª
|
18
|
-
|
118
|
7,9
|
51
|
|
2ª
|
14
|
-
|
122
|
8,2
|
59
|
FEV
|
1ª
|
25
|
-
|
151
|
8,1
|
64
|
|
2ª
|
15
|
-
|
107
|
8,9
|
24
|
MARÇO
|
1ª
|
37
|
-
|
104
|
9,0
|
67
|
|
2ª
|
18
|
-
|
107
|
8,7
|
67
|
ABRIL
|
1ª
|
7
|
-
|
115
|
8,3
|
57
|
|
2ª
|
16
|
-
|
114
|
7,9
|
50
|
MAIO
|
1ª
|
18
|
-
|
154
|
8,0
|
49
|
JUNHO
|
1ª
|
4
|
-
|
91
|
8,8
|
49
|
|
2ª
|
42
|
-
|
53
|
8,0
|
47
|
JULHO
|
1ª
|
22
|
90
|
150
|
9,0
|
50
|
|
2ª
|
16
|
100
|
61
|
9,0
|
40
|
|
|
|
|
|
|
|
PARÂMETROS EXIGÍVEIS
CBO5
|
CQO
|
SST
|
Pt
|
Nt
|
25
|
125
|
35
|
2
|
15
|
EM CASO DE INCUMPRIMENTO –
DESVIO ACEITE
CBO5
|
CQO
|
SST
|
100% - 50
|
100% - 250
|
150% - 87
|
A tabela de cima, extraída do site das Águas do Algarve, entidade gestora do sistema multi municipal de saneamento básico, dá-nos os valores das descargas das águas residuais urbanas da ETAR Poente de Olhão para a Ria Formosa.
Os dois outros quadros foram retirados do site do Instituto Nacional da Agua e deles se pode fazer uma pequena reflexão, especialmente para o quadro de baixo, onde se vê que as nossas entidades publicas pensam em matéria de ambiente ao permitir desvios que podem ir até 150%. Bem podiam contornar a coisa de outra forma impondo os valores indicados em baixo sem citar os de cima. Um cambalacho à portuguesa.
A Ria Formosa é, tecnicamente, uma laguna, classificada como zona sensível, e é divertido ver, que apesar de fazerem a despistagem de Fosforo (P) e Azoto (N), os números apresentados não contam para efeitos de incumprimento, pelo menos pela Inspecção Geral da Agricultura, do Mar,do Ambiente e do Ordenamento do Território, pela chamada Agência Portuguesa do Ambiente e seus serviços desconcentrados Administração da Região Hidrográfica, entidade licenciadora. Diga-se que uma laguna, é um lago ligado ao mar por meio de canais, no caso as barras artificiais (2) e naturais (4) assoreadas, e que não permitem a renovação de águas.
Ainda assim, só em SST, temos 14 EM 23 analises em incumprimento para lá do desvio permitido; em CQO das 23, apenas em 5 são apresentados resultados alguns dos quais em incumprimento mas dentro do "desvio" aceite, já em Fosforo e Azoto das 23, nem uma única cumpre.
Os SST, são sólidos em suspensão que turvam as águas, não permitindo a realização da fotosintese das plantas aquáticas, processo pela qual é produzido o oxigénio dissolvido, com a agravante de no processo de decomposição consumir o pouco oxigénio presente na agua da Ria.
O Fosforo é um nutriente que favorece o desenvolvimento descontrolado de micro algas, algumas delas toxigenas, que no processo de decomposição, consomem oxigénio.
Se tivermos em conta que o oxigénio é produzido apenas durante o dia, através da fotosintese, compreende-se bem o desastre que estas ETAR estão a provocar na Ria Formosa.
Neste contexto, assistimos ao desaparecimento das plantas aquáticas que sucumbem, sendo cada vez menor a produção de oxigénio, e consequentemente a biodiversidade da Ria Formosa está cada vez mais afectada, e colateralmente registam-se elevados níveis de mortandade em espécies piscicolas e moluscicolas, degradando as condições de vida das populações indígenas.
À população da Ria Formosa não resta senão revoltar-se contra este crime ambiental gravíssimo perpetrado pelas entidades publicas com responsabilidades em matéria de ambiente, desencadeando todo o tipo de acções que obriguem os criminosos a reporem o bom estado ecológico das águas da Ria Formosa.
REVOLTEM-SE, PORRA!
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