Como previsto, realizou-se ontem no Auditório do IPIMAR a discussão publica sobre a petição "SALVEM A RIA FORMOSA", não com tanto publico como o desejado, mas com uma plateia interessada na discussão dos problemas que afectam a Ria.
Nunca é demais realçar o facto de a Câmara Municipal de Olhão ter recusado instalações capazes para o fim em vista, até por ser uma das entidades com graves responsabilidades no que à poluição diz respeito.
Também uma palavra de desagrado para o sectarismo dos representantes do Sindicato dos Pescadores, por não se verificar a presença do deputado que eles entendiam dever estar presente, sobrepondo os interesses partidários acima dos problemas dos profissionais que diz representar, quando os subscritores da petição estão disponíveis para discutir estes problemas com qualquer força politica.
A sessão, como não podia deixar de ser, foi presidida pelo deputado Cristóvão Norte, nomeado relator pela Comissão Parlamentar de Ambiente que fez questão de frisar que era nessa qualidade que ali estava e não em representação do partido pelo qual foi eleito.
Da discussão, com três partes distintas, a erosão e medidas de mitigação da erosão costeira, poluição e ordenamento, foi possível concluir que as autoridades publicas, não têm o mínimo de preocupação com a degradação ambiental, económica e social das populações da Ria Formosa.
Ficou demonstrado que a destruição da Península de Cacela não visou melhorar o quer que fosse, mas sim causando mais prejuízos do que aqueles que já tinha, sintetizado numa frase chave do representante da ADRIP, uma associação de defesa do património daquela povoação: "SEM CORDÃO DUNAR, NÃO HÁ RIA". Esta frase define bem o problema essencial da Ria, uma vez que sem o cordão dunar desaparece toda a actividade económica tradicional, perdem-se valores naturais imensuraveis e põe em risco as populações ribeirinhas.
Sobre a poluição ficou provado que a Ria Formosa sofre o impacto das descargas das ETAR, publicas, que está em risco de eutrofização tal como entendido pelo Tribunal Europeu de Justiça e que as entidades publicas que já deviam ter atribuido tal classificação há muitos anos, continuam a recusar, numa prova evidente de que não querem resolver o problema.
Em termos de ordenamento ficou demonstrado a forma como o Estado português discrimina as populações em função das suas condições sociais e económicas, dando a interpretação mais conveniente dos interesses daqueles que usando e abusando do Poder se servem do património publico, em detrimento da população em geral.
Pena que não tivesse uma maior participação das populações, assumindo daqui a nossa culpa por não termos conseguido fazer passar a mensagem. No entanto e porque somos teimosos e convictos das nossas razões, já estamos a estudar uma outra forma de comunicação que seja capaz de mobilizar as pessoas para a luta, posto que sem luta não há vitoria. E pode o Poder politico ficar ciente de que não deixaremos cair em saco roto,as reivindicações apresentadas, que no fundo devem representar não um acto de indignação mas sim de revolta.
REVOLTEM-SE, PORRA!
1 comentário:
Bom dia,em 1º lugar parabéns pela divulgação pois na comunicação social da região não houve noticias.
motivos de ordem familiar impediram-me de ir a esta sessão publica.
podem informar se estiveram na discussão os vereadores da CMOolhão, Antonio Pina e Carlos Martins ambos com viveiros e casas ditas ilegais na Ilha do Farol?
teve lá alguém do BE? da CDU? do PS?
Essa gente diz que gostam muito da ria mas não fazem nada para mudar.
Força na defesa da Ria Formosa!
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