No mesmo dia em que a Ministra do Ambiente e do Mar, Assunção Cristas, anunciava a nova Estrategia para o Mar, foi declarada a interdição da apanha de toda a especie de bivalves no litoral das areas de intervenção das capitanias de V.R.Sº.Antonio e Tavira.
Um primeiro comentario para alertar para o facto dos periodos de interdição este ano começarem mais cedo, pois não é normal ser declarado em Fevereiro.
Por outro lado chamar a atenção para o facto dos profissionais do sector estarem mais uma vez impedidos de ganhar o seu sustento, sem que as autoridades tomem a unica decisão correcta, que é a de pagarem, a tempo e horas, todas as paragens forçadas da actividade, deixando desde logo um alerta às associações socio-profissionais de que não podem ou não devem ficar à espera das interdições para lutar pela compensação devida e merecida por quem está impedido do ganha-pão, tanto mais que é previsivel que, a cada ano que passe, se agrave a situação.
A nova estrategia para o Mar, agora anunciada, nada tem a ver com o sector das pescas. A verdade é que a possibilidade do alargamento da zona maritima, visa a exploração mineira dos recursos marinhos, com a qual não podemos deixar de concordar, mas que não pode ser à custa do sacrificio de um sector tão importante como a pesca, fonte de alimento.
O secretario de estado do Mar, foi o tecnico responsavel pelo estudo que está na origem do alargamento da placa, não sendo merito deste governo trapalhão como se pretende anunciar. Mas foi este academico tambem quem em visita ao Porto de Pesca de Olhão, anunciou que o mesmo não tinha viabilidade e que por isso não se faziam as obras necessarias, preferindo deixar degradar uma infra-estrutura de milhões e com isso degradar ainda mais as condições dos pescadores e de toda a actividade economica ligada à pesca. Mas para esse senhor, e porque vivemos no País do faz de conta, já à dinheiro para fazer, não uma, mas duas plataformas semelhantes às do petroleo, para colocar ao largo da costa portuguesa.
Grão a grão vão matando a pesca.
Anunciou ainda a Ministra, que o novo Plano de Acção para o Litoral (novo Polis) tinha 400 milhões para arrebentar em obras de cosmetica muito ao estilo do moribundo Polis, e que para o Sotavento Algarvio apenas prevê uma intervenção. Os mouros deste pedaço não merecem que o (des)governo português gaste um centimo com eles, votando-os a uma morte lenta, em nome da sustentabilidade da segurança social.
Mas a Ministra esquece que para alem das questões ambientais associadas ao projecto em aposta, que as interdições da apanha de bivalves são sobretudo devidas à poluição do meio marinho que tutela, pelo que deveria ser a Ministra da Poluição.
Obviamente que estando em causa a saude publica se deve inetrditar a apanha dos bivalves, mas porque o Estado portugues nada faz para prevenir, reduzir os blooms de toxinas, deveria tambem por razões de bom senso salvaguardar o direito ao trabalho e ao sustento das familias que dependem desta actividade.
Quando se fala na necessidade de exportar e sabendo que a grande maioria destes produtos se destinam ao mercado externo e não se tomam medidas apenas podemos dizer que este governo deve ser despedido por indecente e má figura, até porque sabemos que apoiou, patrocionou, subsidiou com onze milhões um projecto para ovos estrelados congelados. Devem estar a gozar com os portugueses.
Este, é mais um motivo para estar presente nas MANIFESTAÇÕES de SABADO, 2 de MARÇO, no LARGO do CARMO em FARO.
REVOLTEM-SE, PORRA!