OLHÃO: REUNIÃO ESCONDIDA NA CÂMARA

O aprendiz de presidente da Câmara Municipal de Olhão continua a sua luta contra quem vive na e da Ria Formosa fazendo crer que está a ajudar os produtores de bivalves quando na realidade está a fazer precisamente o contrario.

Depois de ter votado e assinado um acordo com a ARH sobre a Ria, ele e a vereadora Gracinda,que são parte interessada e que por via disso, deveriam ter abandonado a sala no momento da votação, vêm agora promover uma reunião com alguns sectores dos produtores.

Nada mais oportuno, pensa o edil, uma vez que estamos perante mais uma interdição e os produtores esperam e desesperam por uma solução senão definitiva, pelo menos mitigadora dos problemas que afectam a Ria Formosa.

Para aqueles que têm uma memoria curta, lembramos que no Plenário de Mariscadores realizado no Auditório Municipal, o aldrabão em presidente, afirmou ter já 500.000 euros para resolver o problema dos esgotos directos e que até ao final de Março teria algo para apresentar.

Já estamos em Maio  nada de  plano e muito menos de obra, com os esgotos a continuarem a poluir, isto é, a matar os bivalves, com tendência para se agravar com a subida da temperatura.

Os produtores de bivalves têm de escolher uma liderança capaz de agarrar o problema e levar por diante uma luta com vista à resolução dos graves problemas que os afectam, não se deixando levar por falsas promessas.

Como dizíamos ontem, as áreas de produção têm vindo a ser sistematicamente reduzidas sem que os produtores se apercebam do que está verdadeiramente em causa. Basta pensar-se que a apanha de bivalves apenas seja permitida dentro dos limites dos poligonos desenhados em Lisboa, sendo que fora desses poligonos só é permitida, até mesmo no caso da ameijoa de semente, pelo fechar de olhos da Policia Marítima.

Toda a Ria é zona natural de produção de bivalves, ali nascendo, desenvolvendo e multiplicando-se; quando muito poderia considerar-se como terrenos baldios, os que ficam de fora dos poligonos. Mas não, até a ameijoa de semente tem de ser apanhada dentro dos limites fixados por despacho do IPMA, reduzindo assim, e muito, a área disponível. Não houvesse contaminação microbiologica e não haveria necessidade de poligonos e toda a area seria de produção.

De qualquer das formas o grande problema prende-se com a poluição da Ria, proveniente dos esgotos directo em Faro e Olhão, mas também das ETAR de Faro e Olhão.

O aldrabão em presidente não tem soluções para os graves problemas que afectam a Ria Formosa, particularmente na área de Olhão e por isso ensaia mais um fait divers tentando desviar as atenções do problema de fundo que é a poluição.

Convocar alguns para uma reunião na Câmara às escondidas da classe em lugar de promover um Plenário onde fizesse o ponto da situação e avançasse com novas formas de luta na defesa dos interesses dos produtores, é a continuação das politicas do seu antecessor e que conduziram a esta situação.

REVOLTEM-SE, PORRA!