segunda-feira, 5 de maio de 2014

RIA FORMOSA E A INTERDIÇÃO DE BIVALVES

Mais uma vez e num processo cujos ciclos vão aumentando, está interdita a apanha de bivalves na Ria Formosa, com excepção da zona Olhão2,  Barrinha/Marim, segundo o edital do IPMA que pode ser consultado aqui http://www.ipma.pt/resources.www/transf/biotoxinas/rb_bivalves_020514.pdf .
No inicio, o processo começou com a interdição parcial em Olhão 1, Regueira da Agua Quente/Alto da Farroba e só depois alargou às outras zonas.
Em http://www.ipma.pt/export/sites/ipma/bin/docs/relatorios/pescas.mar/a_fito_mar14.pdf é possível verificar os resultados das analises ao fitoplancton presente na agua no mês de Março, do qual se destacam as dos dia 10 e 11 com valores que oscilam entre os 2025, na Garganta e os 9094 em Lameirão/Culatra.
Resta-nos saber se as interdições são determinadas pela presença do fitoplancton na agua ou na carne dos bivalves, situações distintas e que devem ser muito bem esclarecidas porque se por um lado pode estar em causa a saúde publica, por outro condiciona toda a actividade da moluscicultura com quebra de rendimentos de quantos dela vivem.
Para as principais biotoxinas foram definidos limites máximos na carne dos bivalves, a partir dos quais pode representar perigo para a saúde humana. São três as principais biotoxinas, a ASP, DSP e PSP; para a ASP o limite vai até aos 20 microgramas por Kg de carne, para a DSP 160 e para a PSP 800, independente de ser o bivalve A,B ou C.
Não são divulgados os resultados analíticos da presença de fitoplacton na carne dos bivalves nem tão pouco os limites máximos permitidos na agua. A ausência destes resultados não ajuda a compreender as decisões do IPMA, até porque, e é do conhecimento publico, que apesar das interdições os bivalves continuam a ser apanhados, desconhecendo-se qualquer caso de intoxicação por biotoxinas.
Toda a actuação do IPMA tem sido marcada pela opacidade das suas decisões e sempre no sentido de penalizar quem menos culpa tem.
O fitoplancton potencialmente toxigeno existe no meio natural mas é potenciado pelas descargas de águas residuais no mar, poluindo-os, e que em certas condições ambientais favoráveis à sua floração degenera em biotoxinas. Portanto quanto maior o volume de águas residuais despejadas no meio marinho, maior são as probalidades de aumentar, em numero e tempo, os ciclos de biotoxinas.
Como todos se lembrarão foi, tendo por base, por um caso de biotoxinas que o IPMA decretou, em Novembro passado, a desclassificação das zonas de produção de bivalves. No fundo essa desclassificação teve como efeito pratico a redução das áreas de produção. E se recuarmos mais no tempo, já haviam sido transferidos viveiros por causa das ETAR, ou seja aos poucos, as entidades publicas vão diminuindo a área de produção e correndo com a população indígena e acabando com a actividade tradicional da Ria.
Certo é a quebra de rendimentos de quem vive da moluscicultura como se já não bastassem os aumentos da carga fiscal, dos custo energeticos, das taxas e de tantas outros custos que vão asfixiando os produtores.
REVOLTEM-SE, PORRA!


5 comentários:

Anónimo disse...

Está interdito apanha mas continuam a vender ameijoa e ostra de toda a ria portando estas coisas da interdição é só treta.

Carlos Correia disse...

Gostava de dar-te mais do este simples apoio nesta tua luta ciclópica contra a defesa dos interesses da comunidade.
Obrigado António Terramoto

Anónimo disse...

ja agora seria possivel fazer uma tabela com os valores permitidos para eu entender aquelas analizes porque eu olho para la e ao ver por exemplo 2000 nao tenho noçao se é muito ou pouco

josé de castro disse...

Diz o Sr.neste comentário critico que faz que não se conhecem caso de intoxicações por biotoxinas,não sei será assim,pois os casos de
gastoenterites na população tem aumentado bastante nos ultimos tempos na região,o que poderá confirmar no Centro de Saúde da nossa terra.

a.terra disse...

Ao comentador José de Castro para lhe dizer que não vale a pena tentar descredibilizar as afirmações feitas sem o devido suporte. Como certamente saberá as gastroenterites são de etiologia diversa, não tendo que ser, necessariamente, por contaminação de biotoxinas. Nem é liquido que se devam ao consumo de bivalves. Se não sabe se é assim, ao menos podia e devia questionar no Centro de Saúde a que se devem os casos de gatroenterites como diz; não o confirmar parece ser apenas uma tentativa de nos descredilizar.