quarta-feira, 29 de julho de 2015

RIA FORMOSA: A POLUIÇÃO É O MAIOR PROBLEMA DA RIA!

A poluição é o maior problema que a Ria Formosa encontra e é para continuar se as associações sócio-profissionais ligadas às actividades tradicionais da Ria, não se opuser às entidades publicas, as criadoras do problema.
Na imagem acima, que consta de um relatório da Direcção-Geral da Autoridade Marítima, é possível comparar-se os efeitos da eutrofização, com a morte da vida marinha, seja peixe, bivalves ou as plantas de fundo, conhecidas por seba.
O relatorio em causa é o resultado de um estudo sobre as espumas que atingem toda a costa portuguesa e que se pensava ter origem em hidrocarbonetos, mas os investigadores chegaram à conclusão que tinha origem no fitoplancton.
E também chegaram à conclusão que o nível de tratamento secundário não satisfaz as necessidades do meio marinho, pelo contrario, é um elemento perturbador.
Levamos à anos a batermos-nos pela classificação da Ria Formosa como estando em risco de eutrofização, que as entidades responsáveis pelas massas de agua continuam a ignorar, com todos os inconvenientes tanto a nível ambiental, como económico e social.
Quando o Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, enveredou pela luta ambiental, em defesa do camaleão, deveria ter-se lembrado também que a qualidade do ambiente na Ria Formosa, é muito mais que o camaleão. Mas sobre a poluição, Pina não quer conversas!
E porque levamos há anos a dizer que as águas residuais urbanas poluentes das ETAR podem ser reutilizadas, trazemos hoje a capa de um power point da Administração da Região Hidrográfica do Algarve, preparado para um Seminário sobre esse tema.
No interior desse documento, pode ver-se que dois dos principais problemas que se levantam à reutilização das águas residuais, prendem-se com o custo inicial do investimento e do seu funcionamento por um lado, mas também ao elevado custo do tratamento.
Todos os consumidores sentem na pele, o pagamento na factura da agua do tratamento das águas residuais, pelo que tal consideração nem se devia colocar. E ao pagar o tratamento, obviamente que estamos também a custear as despesas de funcionamento, pelo que em boa verdade, a agua deveria ser fornecida aos reutilizadores a custo zero, por já estar paga.
Claro que os partidos do arco da governação, PS-PSD-CDS não lhes interessa isso, porque este é o negocio do século, estando mais interessados na sua privatização.
A demonstrar que, não só é possível como desejável, a reutilização das águas residuais urbanas, o nosso amigo Manuel Costa desenvolveu um projecto agrícola onde reutiliza aquelas águas a partir da ETAR de Salir, como foi noticia no Jornal Publico.
As águas residuais urbanas são uma riqueza para a agricultura, de preferência arvense e de sequeiro, pelos nutrientes que contem, mas ao mesmo tempo são um problema para o mar, induzindo à eutrofização dos ecossistemas, à morte de peixe, bivalves e plantas de fundo.
E porque assim é, todas as águas residuais urbanas deveriam ser encaminhadas para a agricultura, pelo que as ETAR deviam ser localizadas junto das zonas de produção agrícola.
As ETAR de Olhão Poente e de Faro Nascente, vão ser substituídas por uma nova ETAR, localizada onde hoje está a de Faro Nascente.
A Lei 83/95, Lei de Participação Procedimental e da Acção Popular, e a própria Constituição da Republica Portuguesa, asseguram-nos o direito à participação numa audição prévia ainda na fase de instrução do processo, até para se definir a melhor localização, neste caso da ETAR.
A Águas do Algarve, contando com a cumplicidade da Agência Portuguesa do Ambiente, tentou esconder o processo e até se deu ao luxo de não promover uma ampla discussão publica no processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
Porque entendemos que a nova ETAR é a perpetuação do crime ambiental, diariamente cometido na Ria Formosa, e embora tenhamos razões de sobra para acreditar na Justiça, apresentámos queixa na Procuradoria Geral da Republica.
No entanto chamamos a atenção para as associações sócio-profissionais das actividades na Ria, de que está nas mãos delas impedir este crime, avançando com uma Acção Popular contra a Águas do Algarve.
E como não podia deixar de ser, reservámos para o fim o texto enviado à PGR.



ONDE ANDAM OS DEFENSORES DA RIA FORMOSA?
REVOLTEM-SE, PORRA!

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