domingo, 12 de julho de 2015

RIA FORMOSA: QUANDO A ESMOLA É FARTA, O POVO DESCONFIA!

Durante a semana, a imprensa regional fez eco das noticias vindas da Sociedade Polis a propósito das dragagens na Ria Formosa, apresentando-as como a melhor que podia acontecer.
Acontece que a obra em causa sendo, de qualquer das formas, um beneficio, não corresponde àquilo que a generalidade das pessoas que vivem da Ria necessitam. Na verdade, a intervenção restringe-se ao canal entre o cais comercial e a Barra Faro/Olhão para permitir uma melhor navegabilidade, não aos barcos de pesca ou de marisqueio, mas sim ao navios de maior porte que acedem ao cais comercial. De qualquer das formas, repetimos um beneficio!
Mas as dragagens nas barras naturais, completamente assoreadas, ficam por fazer, e essas são vitais para a renovação de águas e para todo o ecossistema.
Não espanta a forma como a Sociedade Polis gasta os dinheiros públicos para servir interesses comerciais em detrimento de objectivos produtivos. As quadrilhas que têm governado o País, a soldo da imperatriz Merkel, foram e são cúmplices na destruição do sector produtivo, agricultura, pescas e industria, daí que a aposta nestas dragagens não visem a qualidade ecológica das águas da Ria Formosa, o principal centro produtor de ameijoa-boa, de elevado valor comercial, com destino à exportação.
Esta situação, merece uma pergunta: Pode um País viver sem  sector produtivo?
Sim pode, se for um País pária, que vive à custa da riqueza criada em países terceiros. As desigualdades fiscais promovida entre os Estados membros da UE, leva a que as grandes empresas transfiram as suas sedes fiscais para esses países onde vão pagar impostos mais baixos sobre a riqueza criada noutras paragens, com cargas fiscais pesadissimas como em Portugal.
Fora desse contexto, nenhum País consegue sobreviver sem o sector produtivo, obrigando-o a importar toda a espécie de bens, provocando enormes desequilíbrios na balança corrente, fomentando o recurso à divida externa. Divida essa que depois serve de justificação para as politicas austeritarias decretadas pelas famílias politico-mafiosas.
No caso do nosso País, mesmo que obtivesse mos um perdão total da divida, a destruição do sector produtivo, implicaria que no dia imediatamente a seguir, já estivesse mos a criar nova divida, tal a dependência do exterior, razão pela qual a divida se torna impagável.
A ausência de dragagens na Ria Formosa e muito especialmente nas barras naturais, as ultimas já têm quinze anos, não permitem a renovação das águas e ajudam à acumulação da poluição, uma excelente forma de obrigar ao abandono de quem vive das suas actividades tradicionais, como a pesca ou o marisqueio.
As actividades tradicionais da Ria Formosa podem traduzir-se em mais valias locais de enorme grandeza, a roçar os 200 milhões de euros por ano, que os bandidos acoitados no PS/PSD/CDS, têm feito questão de criar as condições para a sua redução senão mesmo a cessação dessas actividades.
Por isso torna-se, cada vez mais, correr com esta canalha da gestão dos destinos do País e colocar no seu lugar, um governo democrático, patriótico e de esquerda.



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