António Pina, durante mais um mês presidente da Câmara Municipal de Olhão, tem-se desmultiplicado em declarações sobre hipotéticas regularizações de situações menos claras e transparentes da Ilha da Armona.
A única verdade factual, é de que há cento e quarenta casas fora da área concessionada, das quais, uma foi autorizada a demolição total com nova construção e uma outra, também ela objecto de demolição total mas sem autorização de construção.
Toda esta área está situada em zona de risco, com a agua do mar a bater nos muros dos quintais, quando há marés vivas, situadas a menos de quarenta metros.
Pina, o camaleão das ilhas, defendeu a necessidade de demolições na Ilha do Farol e nos Hangares por as casas estarem em zona de risco, ou seja dentro da faixa dos quarenta metros: Mas isso era na casa do vizinho, ou seja em zona de jurisdição da Câmara Municipal de Faro, que não autorizou nenhuma nova construção.
Partindo do principio de que as zonas de risco são todas iguais, e estando as cento e quarenta casas da Armona naquela zona, mal compreenderão os moradores dos Hangares e do Farol, como umas têm de ir abaixo e outras ficam de pé.
Diz o Pina que o ministro do ambiente e ordenamento vai resolver o problema legalizando todas as casas. Bem, o ministro pode fazer tudo e mais alguma coisa, mas duvidamos que caia na patetice de fazer o frete ao Pina, embora se perceba que em vésperas de eleições se podem fazer declarações de conveniência, sem qualquer eficácia no futuro.
Mais, o Pina foi ao ponto de afirmar que o ministro teria dado garantias de que a concessão seria renovada por mais trinta anos, depois de ter sido renovada por dez. Há aqui qualquer desfasamento. De qualquer das formas não é apresentado qualquer documento de suporte, uma declaração de compromisso escrita, não passando tudo de um diz que disse, sendo que já estamos habituados a este tipo de situações, que raramente são cumpridas. o que no actual contexto, não passam de meros actos de campanha.
De verdade apenas temos as declarações do Pina, durante a campanha eleitoral de à quatro anos atrás, onde dizia que queria transformar a Ilha da Armona na Quinta do Lago de Olhão, e o Relatório de Avaliação de Execução de Plano Director Municipal, onde se propunha fazer uma via circundante, leia-se uma estrada, em volta de todo o edificado da Ilha, com penetrações (ruas).
O Pina já demonstrou a aversão que tem pelas pessoas de menores recursos, as quais se dependessem dele, seriam todas corridas para dar lugar a "pequenos resorts" como ele tanto gosta de dizer. Aliás se atentarmos no que tem promovido para a Zona Histórica, qualquer um constatará essa realidade, que passa por correr com os residentes e no seu lugar introduzir o elemento estranho.
Por isso, os olhanenses, no próximo dia 1 de Outubro têm uma boa oportunidade de correr com este presidente de câmara, votando noutra força política, que se mostre disponível para suspender todos os processos em curso, analisa-los, pondera-los e só depois tomar a decisão que seja mais consentânea com os interesses das populações locais.
FORA COM O PINA!