Nós encaramos a Ria Formosa no seu todo e tudo aquilo que a pode afectar pode e deve ser denunciado, seja fruto da poluição, das demolições ou da erosão das praias, e ao longo dos anos temos vindo a fazê-lo.
Infelizmente tal evento não mereceu da parte da generalidade da população da Ria a atenção, apesar da divulgação e da importância dos assuntos ali tratados e que a quase todos afectava.
Nos últimos dias, a Ria Formosa tem sido fustigada por fortes vendavais que põe em risco não apenas as casas ou pessoas mas até as próprias ilhas, podendo a qualquer momento ocorrer mais galgamentos.
Naquela altura foi denunciada a fraca qualidade das intervenções da Sociedade Polis porque elas se assemelhavam mais a uma operação de cosmética do que um Plano de Requalificação e Valorização da Ria. A maioria do dinheiro gasto reportam-se a intervenções nos espaços ribeirinhos mas o pouco que gastaram naquilo que realmente era imprescindível para a Ria deixou muito a desejar.
Nessa altura foi apresentada como solução para a defesa do cordão dunar, a criação de recifes artificiais multi funcionais em mangas de geo-têxteis, colocados a uma distância de 200 a 300 metros da linha de costa, e que visavam a alteração da energia das ondas, obrigando-as a rebentar no plano de agua. Uma tal medida permitia o crescimento natural das praias, à razão de 2,6 a 7 metros por ano. Não se trata de uma invenção, já que se trata de algo que já é praticado noutros países para provocar ondas para a prática do surf.
A esse propósito, a engenheira Valentina Calixto, à época presidente da ARH e por inerência do cargo também presidente da Polis, em resposta à Ministra Cristas, admitia ponderar tal solução, mas nada foi feito.
Logo naquela altura, e durante a audição de 2011, foi denunciado o perigo a que estava submetida a povoação de Cacela-Igreja caso a agua chegasse à base da arriba, de arenito, podendo provocar o seu desmoronamento, arrastando o Forte, a Igreja e até o Cemitério. E o deputado relator nada fez para evitar essa possibilidade, porque o objectivo se concentrava na demolição de casas nas ilhas barreira.
Entretanto passaram-se sete anos, e já este ano, quando questionado através do Parlamento, o actual Ministro do Faz de Conta Ambiental, veio dizer que não tinha nenhuma intervenção prevista para Cacela. Só que com o recente vendaval, a arriba do lado nascente do Forte ruiu, como se pode ver na imagem, pondo-o em risco iminente de derrocada que a acontecer poderá arrastar a Igreja, também.
Podíamos ainda referir outras situações mas deixamos para novo texto. Para já, o mínimo que se pede é uma rápida intervenção que estabilize a arriba de Cacela, acompanhada de dragagens naquela parte da Ria com repulsão dos sedimentos e refazer a dita Península.
Ou só há dinheiro para destruir? O que é prioritário?
4 comentários:
Lamentável é que as Autoridades só actuarem quando as coisas acontecem. O Autor tem toda a razão porque se a ariba desmoronar um pouco mais vem atrás a Igreja e o Cemitério. Portanto, torna-se necessária uma interven ção rápida pois o mau tempo vai continuar. Agora vamos ver se prevalece a eterna desculpa : está mau tempo não podemos actuar dou 50% de razão mas é importate começarem a estudar o caso com antecipação.
Os interesses da MAFIA em primeira prioridade, a seguir os amigos indefectíveis e depois, quando calhar, abafar a arenga do rebanho. Será necessário o desenho?
mosse deixa lá cair as arribas o que tens aver com isso
os molhes e as barras em pedra feitos pelo homem è que estao a fazer desaparecer a areia,a areia anda de oeste para este ,vejam os molhes de todas as barras estao cheias areia lado oeste e comidas lado este,a areia ao sair nao è reposta porque as barras pedra travam o andamento natural das areias
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