Ontem à noite houve uma reunião de alguns produtores de ameijoa com representantes do IPMA, porque estão a ser obrigados a retirar as protecções dos viveiros como pneus, caixas de plástico ou pedras, sob pena de as licenças virem a ser retiradas.´
Temos de admitir que alguns destes materiais podem ser perigosos para as espécies marinhas e para algumas aves, caso em que incluem os plásticos. Mas de plástico são feitos os sacos das ostras e quanto a esses dizem as autoridades que é permitido.
Já faz lembrar aquela proibição em que os barcos a motor dos mariscadores não podem navegar nos canais ou esteiros mas depois as marítimo-turísticas podem. Os primeiros "perturbam" as aves mas os segundos não! Quem acredita nisto?
Mas não se pense que estamos perante um acto isolado. O que está na forja é mesmo a preparação do fim dos viveiros de ameijoa e a sua substituição pelos de ostras. E nesse aspecto temos o grande beneficiário vai ser o nosso "amigo" em presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Pina, o tal que ocupa de forma ilegítima uma área de terrenos baldios, onde os mariscadores apanhavam a ameijoa de semente.
Para aqueles que acreditam na bondade do Poder político, as ligações entre os campeões da trapaça política regional com a nacional é mais que muita. A ministra do mar é amiga pessoal do Luís Gomes, ex-presidente da câmara municipal de Vila Real de santo António, agora consultor da de Olhão.
A melhor forma de correr com os produtores de ameijoa, é arranjando um Plano onde sejam definidas as regras que se pretendem implementar, para a satisfação de algumas clientelas, as das ostras. É assim que Ana Paula Vitorino encarrega a DGRM e o IPMA de elaborarem o estudo para o ordenamento das actividades nas zonas estuarinas/lagunares, na qual se inclui a Ria Formosa, como se pode ler em https://www.dn.pt/lusa/interior/governo-da-90-dias-a-dgrm-para-plano-para-a-aquicultura-em-aguas-de-transicao-9119976.HTML.
Dizem os cretinos políticos que as políticas publicas se devem fazer para as pessoas e com as pessoas, mas o que fazem é precisamente o contrário. Em lugar de começar por falar com os produtores, sejam de ostras ou de ameijoas, numa audição onde todos se possam pronunciar, a ministra resolve ultrapassar esse inconveniente, deixando para uma segunda fase, não uma audição, mas uma consulta publica por escrito, onde muito poucos estarão em condições de participar.
A Ria Formosa tem uma vasta área, sendo possível criar zonas especificas para a produção de cada uma das espécies sem o inconveniente da competição entre elas, onde as mais frágeis, a ameijoa, sucumbirão, mal se percebendo porque se faz tudo nas costas de quem sempre viveu de e na Ria, em detrimento de gente que nunca soube o que era trabalhar no sapal.
Não duvidem de que a DGRM vai mesmo cassar as licenças dos viveiros que não cumprirem com as condições impostas, para depois entregar esses terrenos ao elemento estranho, forasteiro!
Os viveiristas terão de organizar-se e unir esforços para lutarem contra a ditadura da DGRM se quiserem sobreviver na actividade. Se não se juntarem, se se mantiverem divididos, todos cairão e perderão os seus viveiros. É só uma questão de tempo!
Lutem!
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