sábado, 19 de maio de 2018

OLHÃO: CÂMARA INCENDIÁRIA?

Ontem de manhã, pessoa residente na Ilha da Armona que acompanhava um grupo de turistas nórdicos que pretendiam avistar pássaros, ao vê-los gravar as imagens constantes do vídeo, e de muitas outras, aconselhou-os a envia-las para o Olhão Livre para as divulgar.
Talvez os visitantes estrangeiros não se tivessem apercebido da gravidade do crime que estavam a filmar embora se sentissem chocados com o que observavam, e não era caso para menos.
Para nós são variados os aspectos a analisar nesta queimada, pensada e ordenada pela Câmara Municipal de Olhão, para eliminar os resíduos e verdes da operação de limpeza da Ilha da Armona. Que fizessem a limpeza tudo bem, e disso fez eco na comunicação social, a mesma que devia ter chamado para assistir a este "festim".
A Ilha da Armona é parte integrante do Parque Natural da Ria Formosa, da Rede Natura 2000, Zona de Protecção Especial, Sitio de Interesse Comunitário, e de muitas outras Convenções Internacionais que supostamente a protegem.
Situando-se mesmo em frente à sede do Parque, cujos serviços têm andado de drone a fiscalizar os viveiros e a acção dos mariscadores, mas não têm olhos para ver este crime, praticado mesmo nas suas "barbas", apenas porque se trata de uma autarquia a fazê-lo, como esta estivesse acima da Lei.
E a célebre Agência Portuguesa do Ambiente (APA) (será?) que manda os seus fiscais chatear os donos dos pequenos barcos quando procedem a reparações no estaleiro e queimam os resíduos? É a mesma APA que isenta de Avaliação de Impacto Ambiental o furo de pesquisa de petróleo ao largo da costa algarvia, cedendo aos interesses da ENI-Galp. Tudo farinha do mesmo saco.
Mas se repararem bem nas imagens, a queimada é feita junto de outras árvores e podia muito bem alastrar e criar um problema gravíssimo, muito pior que o fumo.
António Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, esqueceu por completo o habitat de camaleões que tanto dizia defender, quando se tratava de proteger a sua casa na Ilha do Farol, mas agora que se trata de árvores não se lembrou disso.
E que moral tem este individuo para mandar multar os particulares que façam queimadas quando eles as faz de forma tão clara e evidente?
No fundo, o episódio mostra o grau de promiscuidade entre as entidades supostamente independentes ou autónomas, como o Parque e a APA, que perante este espectaculo não intervieram. Será miopia? Então recorram ao Projecto Cuidar do Pina! 
Para que queremos nós um Parque Natural, para que servem as protecções que lhe estão associadas, se apenas quem está obrigado a acata-las, é o cidadão anónimo desconhecedor delas?

3 comentários:

Anónimo disse...

Isto é como a destruição que ordenaram nos pinheiros de Marim.

Pinheiros com várias décadas de vida cortados, e alguns arrancados pela raiz. É uma vergonha!!!

Anónimo disse...

Vergonha a custo zero, a actual moda do pulhiticamente correcto. Sejam felizes.

Anónimo disse...

como deixaram arrancar os pinheiros ,